A Mercedes busca encerrar a fase de maus resultados na temporada 2024 da Fórmula 1, e para isso terá sua nova asa dianteira para os dois carros no GP do Canadá.
O início do campeonato não foi o ideal para a equipe alemã, que tem sofrido para encontrar o desempenho e a consistência necessários para brigar pela liderança.
A nova asa dianteira é apenas uma das prováveis atualizações que a Mercedes pretende implementar para melhorar o carro. Analisando os aspectos técnicos dessa mudança, é possível tentar entender como ela pode auxiliar a equipe a reverter o quadro atual.
É incomum ver uma equipe dominante por tanto tempo na F1, enfrentando tantas dificuldades e com falta de velocidade na comparação com seus principais concorrentes.
O melhor resultado da Mercedes até o momento este ano foi em Mônaco, onde George Russell conquistou o P5 e Lewis Hamilton o P7. Vale ressaltar que Hamilton não utilizou a nova asa dianteira naquela corrida, apenas Russell.
Após oito etapas disputadas, a Mercedes ocupa a quarta colocação no mundial de construtores. A McLaren, terceira colocada, possui quase o dobro de pontos.
Na mesma altura do campeonato em 2023, a Mercedes estava confortavelmente na segunda posição, à frente de Aston Martin, Ferrari e McLaren. A queda de performance em comparação com o ano passado, levanta questionamentos sobre como uma equipe tão forte e experiente permitiu que isso acontecesse.
Desde o início da nova geração de carros em 2022, a equipe de Brackley vem tomando decisões diferentes do usual.
No começo da temporada 2022, a Mercedes foi a única a apostar no conceito de ‘sidepod zero’, que rapidamente se mostrou malsucedido, mas mesmo assim, ainda demorou um ano e meio para a equipe abandonar o conceito, e é evidente que ainda sentem as consequências dessa escolha.
Outra solução alternativa da Mercedes foi a asa dianteira introduzida no início deste ano. O chamado ‘fio da legalidade’, tinha o objetivo de levar mais fluxo de ar para o assoalho do carro, aspecto de extrema importância para a velocidade.
Teoricamente, esse detalhe também geraria um vórtice potente que auxiliaria na remoção do ‘ar sujo’ proveniente das rodas dianteiras. Esse vórtice, conhecido como Y250, era um elemento chave nas versões anteriores dos carros.
Além disso, há alterações visíveis na placa final, na carenagem do bico do carro e nas linhas do plano principal.
O principal objetivo desse novo design é gerar consistentemente mais downforce em diferentes condições e tipos de curvas. Em outras palavras, a Mercedes quer ampliar a gama de situações em que a asa dianteira opera de forma eficiente. O flap inferior da asa dianteira está agora bem mais estreito, especialmente na seção externa, enquanto o flap superior ficou mais largo.
Mais um ponto positivo, é que os engenheiros terão agora um controle maior sobre as seções móveis da asa. Isso significa que os ajustes de pista para pista serão mais amplos, permitindo melhor adaptação às características de cada circuito.
O verdadeiro teste do novo design acontecerá no próximo GP, no Canadá, justamente por conta de suas curvas de baixa velocidade.
Apesar de Russell ter obtido um resultado melhor que Hamilton, que utilizou a asa antiga, a natureza da pista de Mônaco não permite explorar todo o potencial da nova peça. De qualquer maneira, a Mercedes deve ter obtido dados valiosos ao comparar o desempenho dos pilotos com especificações diferentes, o que certamente será útil para o desenvolvimento do carro.
A equipe alemã anunciou a chegada de mais atualizações em breve, possivelmente para os GPs da Espanha e da Bélgica. Os engenheiros da Mercedes esperam ter encontrado o caminho certo para recolocar a equipe na briga pelo campeonato, atualmente protagonizada por Red Bull, McLaren e Ferrari.