Lando Norris chegou ao GP da Áustria, determinado a reverter as dificuldades que tem enfrentado em sessões de classificação na atual temporada da Fórmula 1. A McLaren, atenta à situação, promoveu alterações graduais na suspensão dianteira do MCL39, buscando oferecer ao britânico uma pilotagem mais previsível e segura, fator considerado essencial para que ele possa extrair o máximo rendimento em voltas rápidas.
Apesar das duas vitórias em 2025 terem vindo a partir da pole position, Norris tem sido superado por Oscar Piastri em seis das dez classificações realizadas até agora. O australiano lidera o comparativo interno com quatro poles contra duas do companheiro de equipe. No Canadá, os problemas do britânico ficaram evidentes, pois enquanto Piastri largou em terceiro, Norris cometeu erros e terminou apenas em sétimo no grid.
Norris já havia identificado no início da temporada que o carro atual transmite menos sensibilidade no eixo dianteiro, uma questão técnica conhecida como ‘cueing’, o que dificulta a leitura do comportamento do carro no limite. Para buscar soluções, ele dedicou bastante tempo ao simulador da equipe entre as etapas da Arábia Saudita e Miami.
Esse trabalho contribuiu para a introdução de mudanças discretas, culminando numa geometria revisada da suspensão dianteira, testada com sucesso no Canadá. Embora Piastri também tenha sentido o mesmo problema, ele se adaptou bem à especificação anterior, enquanto Norris optou por seguir com a atualização introduzida na Áustria.
O diretor técnico da McLaren, Neil Houldey, comentou sobre os ajustes: “É apenas para que ele consiga sentir melhor os pneus no limite. Fizemos pequenas alterações cinemáticas que sabíamos que seriam melhores. Entendemos bem o que ele precisa e conseguimos implementar melhorias sutis em várias áreas. Não esperávamos um grande salto de desempenho, apenas queríamos confirmar que Lando não teria comentários negativos, e isso nos deu sinal verde para seguir com a mudança.”
A equipe adotou uma abordagem cautelosa ao implementar as atualizações, preocupada com possíveis efeitos colaterais em outras áreas do carro. Segundo Houldey, o desempenho nas primeiras corridas do ano ajudou a diminuir essas preocupações: “Tínhamos receio de que houvesse prejuízos, mas os dados mostraram que não seria um problema. Assim, introduzimos as mudanças com mais segurança”, disse ele.
Fora as alterações na suspensão, a McLaren também levou para a Áustria novos carenagens aerodinâmicos na parte frontal, compatíveis com as duas versões da suspensão, e que devem ser utilizadas pelos dois pilotos a partir deste sábado.
Apesar da evolução do carro, Norris reconhece que parte das dificuldades ainda está ligada ao seu próprio desempenho: “A suspensão é mais uma tentativa de me dar uma sensação melhor, não necessariamente de tirar mais performance do carro. Mas uma melhor sensação pode, de certa forma, desbloquear performance.”
“É uma área que preciso melhorar, e estamos trabalhando bastante nisso. Se há uma pista onde posso buscar essa sensação ideal, é provavelmente aqui. Tanto do meu lado quanto do time, esta é uma boa oportunidade”, completou o piloto britânico.
GP da Inglaterra