F1: Ex-piloto revela pedido inusitado de Adrian Newey na Red Bull

O ex-piloto Robert Doornbos compartilhou uma curiosa lembrança de seus tempos como piloto de testes da Red Bull, em uma época em que trabalhou diretamente com o lendário projetista Adrian Newey. A história, além de inusitada, oferece uma visão sobre o estilo criativo — e por vezes excêntrico — do engenheiro britânico, atualmente envolvido no desenvolvimento da Aston Martin para 2026 na Fórmula 1.

Doornbos atuou como piloto reserva e de testes da Red Bull em 2006, período no qual realizou diversos trabalhos de pista para a equipe. Em entrevista, ele contou que as exigências do cargo iam muito além de simples voltas para acertos: “Como piloto de testes, você se sente como um boneco de testes. Você tem que testar tudo. A vida útil das asas, a flexibilidade… se elas vão simplesmente se destruir no fim da reta por causa da carga aerodinâmica.”

Segundo o holandês, ele frequentemente retornava aos boxes após essas sessões e ouvia de Newey que a peça testada não seria mais utilizada. “Era isso que eu fazia. Testava uma asa, voltava, e o Adrian dizia: ‘Não vamos mais usar essa.’ Aí a gente já passava para a próxima”, explicou.

Mas foi um pedido específico de Newey que realmente ficou marcado na memória de Doornbos. “Teve um dia em que o Adrian perguntou: ‘O que você acha de dirigir com os pés um acima do outro?’”, revelou, dando risada. “Você consegue imaginar isso? Simplesmente não é viável. Mas mostra como ele pensa fora da caixa.”

Mesmo achando a proposta absurda, Doornbos seguiu as instruções e tentou executar o teste. O resultado, como era de se esperar, não funcionou. Ao retornar ao pit lane, viu Newey fazer anotações em seu caderno. “Perguntei: ‘O que você está escrevendo aí?’ E ele respondeu: ‘Vou mudar algo no carro.’ Perguntei: ‘O quê?’ E ele disse: ‘Fica entre o motor e o volante.’ Aí eu disse: ‘Mas sou eu!’”, brincou o ex-piloto.

A resposta irônica ilustra bem o tipo de abordagem que tornou Adrian Newey uma figura lendária na F1: sua capacidade de explorar ideias improváveis para desafiar os limites do que é possível no design de carros. “Isso só mostra o quanto ele é inteligente. Se pudesse substituir o piloto por um computador, ele provavelmente também se divertiria”, completou Doornbos.

Mesmo após décadas na categoria, Newey segue sendo um dos nomes mais influentes do paddock. Desde sua chegada à Aston Martin, vem auxiliando a equipe não apenas no projeto do carro para 2026, quando haverá uma mudança no regulamento das unidades de potência, mas também no atual modelo AMR25. Sua visão técnica e criatividade continuam sendo ativos valiosos para qualquer equipe que almeja disputar vitórias na Fórmula 1.

A história de Doornbos, embora bem-humorada, serve para ilustrar o comprometimento de Newey em explorar qualquer possibilidade — por mais improvável que pareça — na busca por desempenho e inovação. É esse tipo de mentalidade que mantém sua relevância viva em uma categoria que se reinventa constantemente.