Equipe agora estará sujeita às mesmas restrições aerodinâmicas que as demais concorrentes
A Cadillac foi oficialmente aceita no grid da Fórmula 1 para a temporada 2026, marcando a primeira vez desde 2016 que o campeonato contará com 11 equipes e 22 carros. Naquele ano, a Manor Racing encerrou suas atividades após perder a disputa pelo 10º lugar no Mundial de Construtores para a Sauber.
A equipe norte-americana, sob a liderança do chefe Graeme Lowdon, utilizará motores Ferrari como cliente nos anos de 2026 e 2027, antes de contar com sua própria unidade de potência desenvolvida pela General Motors a partir de 2028. Isso elevará para seis o número de fabricantes de motores na F1, ao lado de Mercedes, Ferrari, Honda, Audi e Red Bull Powertrains.
O time também vem montando uma forte estrutura técnica, incluindo a contratação do ex-chefe da Renault, Nick Chester, como diretor técnico, além do experiente Pat Symonds, que já passou por Benetton, Renault, Williams e a própria Fórmula 1, agora atuando como consultor técnico executivo.
Perda de vantagem aerodinâmica
Apesar da aprovação para competir na F1, a Cadillac perdeu um benefício técnico significativo: a liberdade nos testes aerodinâmicos.
Até então, a equipe não estava sujeita às restrições do Aerodynamic Testing Restrictions (ATR), um regulamento introduzido em 2022 para equilibrar a competitividade entre as equipes. O ATR limita o número de testes em túnel de vento e simulações computacionais (CFD – Computational Fluid Dynamics), com uma escala decrescente baseada no desempenho no Campeonato de Construtores.
Atualmente, a equipe campeã recebe a menor alocação de testes, enquanto a última colocada tem direito ao maior número de execuções. Por exemplo, em 2024, a McLaren, que venceu o Mundial, recebeu apenas 70% da alocação básica, enquanto a Sauber, que terminou em último, teve direito a 115%.
Até o momento, a Cadillac podia testar livremente seus conceitos para o carro de 2026, incluindo os novos regulamentos aerodinâmicos ativos. No entanto, com a oficialização da equipe, ela passará a seguir as mesmas restrições dos demais times, recebendo a mesma alocação de testes que a equipe de 10ª colocação no grid.
Tempo de túnel de vento (Wind Tunnel Time)
– McLaren (1º lugar) – 70% de alocação, 224 execuções
– Ferrari (2º lugar) – 75% de alocação, 240 execuções
– Red Bull (3º lugar) – 80% de alocação, 256 execuções
– Mercedes (4º lugar) – 85% de alocação, 272 execuções
– Aston Martin (5º lugar) – 90% de alocação, 288 execuções
– Alpine (6º lugar) – 95% de alocação, 304 execuções
– Haas (7º lugar) – 100% de alocação, 320 execuções
– Racing Bulls (8º lugar) – 105% de alocação, 336 execuções
– Williams (9º lugar) – 110% de alocação, 352 execuções
– Stake, Cadillac (10º lugar) – 115% de alocação, 368 execuções
Tempo de CFD (Computational Fluid Dynamics)
– McLaren (1º lugar) – 70% de alocação, 1400 horas
– Ferrari (2º lugar) – 75% de alocação, 1500 horas
– Red Bull (3º lugar) – 80% de alocação, 1600 horas
– Mercedes (4º lugar) – 85% de alocação, 1700 horas
– Aston Martin (5º lugar) – 90% de alocação, 1800 horas
– Alpine (6º lugar) – 95% de alocação, 1900 horas
– Haas (7º lugar) – 100% de alocação, 2000 horas
– Racing Bulls (8º lugar) – 105% de alocação, 2100 horas
– Williams (9º lugar) – 110% de alocação, 2200 horas
– Stake, Cadillac (10º lugar) – 115% de alocação, 2300 horas
A restrição nos testes aerodinâmicos pode afetar o desenvolvimento inicial do carro da Cadillac, já que a equipe perde a liberdade que tinha antes da oficialização de sua entrada. Contudo, o regulamento ainda permite que a equipe tenha a maior alocação possível dentro do sistema ATR, o que pode ajudá-la a reduzir a desvantagem em relação às rivais mais estabelecidas.