Dirigente da Mercedes alerta que falar do futuro antes da hora pode enfraquecer a F1
O chefe da Mercedes, Toto Wolff, minimizou a possibilidade de um retorno dos motores V10 à Fórmula 1 no futuro próximo, afirmando que a prioridade deve ser a implementação das novas regras de 2026.
A discussão ganhou força após o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, sugerir no mês passado que a categoria poderia reintroduzir os motores V10 em 2030, mas com combustíveis sustentáveis. Os motores V10, lembrados com nostalgia por fãs e pilotos, foram usados pela última vez em 2005.
Porém, com uma mudança significativa nos motores já prevista para 2026, incluindo o aumento da potência elétrica e a retirada do MGU-H, Wolff acredita que o foco deve estar nas novidades que estão por vir.
“Primeiramente, deveríamos estar animados com esses novos regulamentos que chegam no próximo ano”, disse Wolff.
“Precisamos promovê-los. Este é o nosso esporte. É importante criar uma percepção positiva sobre o fato de que teremos um motor tão empolgante nos carros.”
O austríaco destacou que a F1 está na vanguarda do desenvolvimento tecnológico e da sustentabilidade.
“Estamos levando a tecnologia de baterias ao limite e avançando na sustentabilidade. Será o primeiro ano com combustível 100% sustentável. Ninguém sabe exatamente como isso vai se desenrolar, e isso é realmente empolgante. A F1 está abrindo caminho.”
“Todos nós, como partes interessadas, devemos realmente apoiar isso e garantir que o esporte seja visto como uma referência em alta tecnologia, ao invés de ser impulsionado por pensamentos oportunistas.”
Discussão sobre novos motores é precipitada, diz Wolff
As mudanças nos motores de 2026 serão as maiores desde a introdução da era híbrida em 2014. Além disso, novas montadoras, como Ford e Audi, já confirmaram entrada na categoria para essa nova fase.
Diante desse cenário, Wolff acredita que falar sobre o que virá depois de 2026 é precipitado.
“Esse é um ciclo de cinco anos”, explicou. “Já temos regulamentos estabelecidos e esse é o caminho que vamos seguir.”
O chefe da Mercedes admite que a discussão sobre o futuro dos motores é interessante, mas alerta que falar sobre isso antes da hora pode prejudicar a narrativa da categoria.
“Falar sobre o que vem depois disso, seja um V8, que é talvez mais relevante para carros de rua do que um V10, é um debate interessante. Que tipo de sistema híbrido poderia ser usado? O som dos motores pode ser mais alto? Tudo isso são conversas que valem a pena dentro do ciclo de regulamentação.”
“Mas, no momento, acho que é um pouco cedo demais. Corremos o risco de diluir a mensagem da F1 para o mundo se, antes mesmo de iniciarmos esse novo regulamento empolgante, já estivermos discutindo o que vem depois.”