Lewis Hamilton manifestou sua insatisfação com a nova diretriz técnica da FIA que limita a flexibilidade das asas dianteiras, a partir do GP da Espanha. Segundo o heptacampeão, a mudança representa um retrocesso para a Fórmula 1.
“Não sei por que isso surgiu, para ser honesto”, afirmou Hamilton a jornalistas. “As asas flexíveis foram algo positivo. Alguns times se adaptaram rápido, outros demoraram mais. Quando a Mercedes adotou isso no ano passado, melhorou muito a dirigibilidade. Então, é uma medida que vai na direção errada, com certeza.”
A FIA já havia endurecido os testes nas asas traseiras em março, e agora passou a aplicar critérios mais rígidos também nas dianteiras, reduzindo a tolerância de deformação sob carga. A expectativa é de que a medida possa equilibrar o grid, já que algumas equipes exploraram mais do que outras a flexibilidade permitida anteriormente. A McLaren, por exemplo, teria sido uma das maiores beneficiadas, embora Oscar Piastri negue que esse seja o segredo do desempenho do MCL39.
Hamilton, no entanto, afirmou que os carros com efeito solo, já difíceis de pilotar, tendem a se tornar ainda mais instáveis com a nova limitação: “As asas flexíveis ajudavam a amenizar o subesterço em curvas de baixa velocidade. Era uma espécie de curativo para um regulamento técnico mal formulado”, disse ele.
Segundo o piloto da Ferrari, apenas soluções mecânicas agora serão viáveis, o que exige mais dos engenheiros: “Ainda é difícil gerar a carga necessária na dianteira em baixa velocidade apenas com aderência mecânica.”
O piloto britânico também disse estar curioso para ver como a mudança vai impactar cada equipe. “Alguns fizeram melhor uso das asas flexíveis do que outros. Vai ser interessante ver quem perde mais. Não tenho ideia de como isso vai nos afetar”, acrescentou.
Quando informado de que Toto Wolff, chefe da Mercedes, acredita que a Ferrari pode ser a maior beneficiada, por ter sido mais conservadora no uso das asas flexíveis, Hamilton respondeu com ceticismo: “Não sei de onde ele tirou essa impressão. Tomara que esteja certo, mas sinceramente não faço ideia de quem vai sair ganhando ou perdendo”, completou.