F1: Diretor da Mercedes diz que problemas do W13 foram causados por um ‘erro’ cometido em 2021

Mike Elliott, diretor técnico da Mercedes, acredita que os problemas que afetaram o carro de 2022 do time, o W13, podem ser atribuídos a um erro fundamental cometido pela equipe em 2021.

Após oito anos de domínio absoluto, durante os quais conquistou oito títulos consecutivos de construtores e sete de pilotos, a Mercedes está potencialmente caminhando para uma temporada sem nenhuma vitória, tal tem sido o nível de suas dificuldades este ano.

Quando a equipe de Brackley apresentou seu conceito ‘zero sidepod’ no W13 nos testes de pré-temporada, muitos acreditaram que a Mercedes mais uma vez estava utilizando de suas proezas na engenharia, e que o carro da equipe poderia ter uma vantagem injusta.

No entanto, o pacote do W13 mostrou-se complicado de configurar desde o início, com o ‘porpoising’ impactando significativamente o desempenho do carro.

Mas gradualmente, os engenheiros da Mercedes conseguiram diminuir esse problema e melhorar significativamente o comportamento errático de seu carro, mas mesmo assim, conquistar uma vitória ainda nas cinco últimas corridas do ano, continua sendo um desafio muito grande.

Falando com o jornalista Tom Clarkson, no podcast Beyond the Grid, Elliott revelou que a fonte das dificuldades do W13 estava enraizada em um ‘momento no tempo’ específico, que ocorreu no ano passado.

“Você olha como desenvolvemos o carro e posso apontar para um momento no ano passado, em que fizemos algo em que acho que cometemos um erro”, disse Elliott.

“O que você está vendo em termos de desempenho e a maneira como isso muda de corrida para corrida como consequência, é um erro que conhecemos há algum tempo, e algo que estamos corrigindo, e é por isso que nosso desempenho tem melhorado gradativamente. Mas não é algo que possamos corrigir totalmente por um tempo ainda, e faremos isso mais adiante”, acrescentou.

Infelizmente, Elliott não revelou a natureza exata do ‘erro’ cometido pela equipe na última temporada. Mas as dicas apontam para uma falha específica embutida na parte exposta do assoalho muito importante do W13.

Elliott comentou também, como o aerodinamicista da Mercedes, explorou uma brecha nos novos regulamentos técnicos da F1 para aprimorar seu conceito de zero sidepod.

“Com uma brecha, você passa as férias e olha pensando: ‘Alguém mais viu, alguém vai aparecer com isso?’,” disse Elliot.

“Embora pareça visualmente muito diferente, como sempre com essas coisas, trata-se de abrir pequenas vantagens aerodinâmicas. Sem ir e executar um desenvolvimento no conceito que temos, e executar um desenvolvimento em um conceito diferente, é difícil saber o que valerá a pena no final.”

“Mas não foi um grande divisor de águas, no aprendizado que encontramos este ano, é menos sobre a forma do carro, é mais sobre a maneira como abordamos o desenvolvimento do carro, é aí que está a diferença”, disse ele.

“Quando você olha para o sidepod, as pessoas dizem ‘parece muito diferente, deve funcionar completamente diferente dos outros carros’, e não funciona, é apenas uma solução ligeiramente diferente. Aerodinamicamente, não acho que seja uma grande mudança em relação aos outros carros, é apenas algo que adiciona um pouco de desempenho para nós”, acrescentou.

Antes do início da temporada, o conceito criativo da Mercedes foi apresentado à FIA para garantir sua legalidade. Mas Elliott admite que os funcionários do corpo diretivo precisaram de um pouco de convencimento.

“Os aerodinamicistas têm a ideia, pegamos outro grupo de pessoas, geralmente dirigido por nosso projetista-chefe, eles vão procurar por si mesmos e ver se podem derrubar o conceito”, disse Elliott, explicando o processo legal da equipe.

De qualquer forma, apesar de parecer revolucionário no início desse ano, a própria Mercedes já admitiu que não tem certeza se vai manter o conceito de ‘zero sidepod’ para o carro de 2023.