A estreia da Cadillac na Fórmula 1 em 2026 traz grandes expectativas, mas também desafios consideráveis. O CEO da TWG Motorsport, Dan Towriss, reconheceu que o cronograma apertado é um obstáculo significativo para a preparação da equipe, que entrará no grid utilizando unidades de potência fornecidas pela Ferrari no início do projeto.
Towriss destacou, durante um fórum empresarial realizado em Miami, que a aprovação da entrada da equipe foi um alívio momentâneo. “Foi certamente um alívio, ou um alívio momentâneo, e então você percebe que o cronômetro começou a contar para estarmos no grid”, disse ele. “Na fábrica, há um relógio em contagem regressiva. Todo mundo sabe que o tempo não está do nosso lado.”
A falta de tempo de pista é uma das principais preocupações da equipe. Embora já exista um modelo para testes em túnel de vento, ele ainda não conta com pneus reais da Pirelli, o que limita a correlação com os dados reais de pista. “Essas pequenas diferenças, somadas à ausência de dados que uma equipe nova naturalmente não tem, são desafios que acreditamos poder superar, mas certamente estão contra nós”, reconheceu Towriss.
Também a contratação de profissionais experientes na F1 tem esbarrado em entraves burocráticos, como os períodos de afastamento contratual exigidos por equipes anteriores. “A boa notícia é que temos contratado há alguns anos. Trouxemos talentos incríveis com grande experiência na Fórmula 1. Estamos felizes com a equipe que temos e com os acordos que nos dão flexibilidade para continuar crescendo”, afirmou.
Enquanto isso, a equipe constrói sua sede em Fishers, Indiana, que só deve ser concluída no primeiro trimestre de 2026. Até lá, os trabalhos no carro de estreia ocorrerão em outras instalações. “Do ponto de vista comercial, esperamos que Fishers esteja operando no fim do primeiro trimestre do próximo ano. A estrutura será incorporada gradualmente, com cautela, à medida que estivermos prontos para assumir cada parte do processo internamente”, disse Towriss.
A trajetória até a aprovação oficial da entrada na F1 foi longa. Inicialmente, o projeto foi apresentado com o nome Andretti e aprovado pela FIA em outubro de 2023, mas enfrentou forte resistência das equipes já estabelecidas na F1, dificultando o acordo comercial com a categoria. A decisão de transformar o time em uma operação de fábrica com futura unidade de potência própria da General Motors (proprietária da marca Cadillac), ajudou a convencer os times contrários à entrada da nova equipe. O aval definitivo veio apenas em março de 2025, com a homologação da GM como fornecedora de motores a partir de 2029 sendo confirmada pela FIA em abril.
Para Towriss, todo o processo, apesar de difícil, fortaleceu o projeto. “Honestamente, saímos melhores por isso. Se eu soubesse desde o início o quão difícil seria, talvez tivesse hesitado. Mas isso fortaleceu a parceria com a GM. Se tudo tivesse sido fácil, talvez não estivéssemos tão sólidos quanto agora”, acrescentou.
Agora, com a confirmação da entrada, o ambiente se mostra mais receptivo. “Todos os chefes de equipe nos procuraram, foi ótimo falar com eles. A parceria com a Ferrari está sendo fantástica nesse período de transição. F1, Liberty Media e FIA têm sido excelentes. Agora que estamos aqui, podemos focar apenas em correr”, concluiu Towriss.
O F1MANIA.NET acompanha o GP de Miami ‘in loco’ com Victor Berto.