O ex-piloto e atual comentarista da Fórmula 1, Martin Brundle, foi direto ao criticar a obrigatoriedade de duas paradas no GP de Mônaco, implementada este ano pela FIA. Em sua coluna na Sky Sports, Brundle afirmou que o formato adotado em 2025 não reflete o verdadeiro espírito da categoria.
“Não vou criticar quem tenta melhorar o espetáculo com boa intenção”, afirmou Brundle. “Mas me surpreende que não tenham exigido, por exemplo, que uma das paradas fosse feita até a metade da prova, ou até antes disso.”
A medida foi adotada após o GP de 2024, quando uma bandeira vermelha na primeira volta permitiu que todos os pilotos trocassem pneus, congelando as posições até o fim. Em 2025, com a nova regra em vigor para a corrida em Monte Carlo, a corrida voltou a decepcionar, pois as equipes passaram a adotar estratégias lentas para criar janelas artificiais de pit stop, prejudicando o ritmo da prova.
Brundle apontou uma prática que chamou atenção: “As equipes usaram um carro como ‘sacrifício’, andando devagar para abrir espaço de 21 segundos para o outro parar. Isso realmente aconteceu, e o quanto Racing Bulls e Williams se dispuseram a fazer isso foi alarmante, mas não dá pra culpá-los”, acrescentou.
Segundo ele, a prática de manter o pelotão lento no início da prova, algo comum em Mônaco para impedir janelas de parada, foi levada ao extremo. “Vimos alguns carros até quatro segundos mais lentos que o ritmo normal, com filas de pilotos frustrados atrás. Não é bonito, nem impressionante, mas foi eficaz para alguns. Só que isso está longe de representar o que a F1 deveria ser”, finalizou Brundle.