Tudo tem sido novo na carreira de Maria Nienkötter em 2025. Vitoriosa em um inédito processo seletivo realizado no fim de 2024 e desenvolvido pelo TCR South America Banco BRB em conjunto com a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e a Cobra Racing Team para lançar o próximo talento feminino no grid da categoria internacional promovida pela Vicar, a catarinense fez a transição dos monopostos para os carros do conceito consagrado em todo o mundo e ampliou seus horizontes no automobilismo. Hoje, além de fazer parte do grid de uma das competições mais importantes na América Latina, Maria é nova referência para mulheres que almejam viver do esporte a motor dentro ou fora das pistas.
Vinda de família com tradição no automobilismo, a jovem de 18 anos foi impulsionada pela vitória no processo seletivo e saiu da Fórmula Delta, categoria de desenvolvimento de pilotos em monopostos baseada em Interlagos, para competir contra grandes nomes no cenário continental como os compatriotas Pedro Cardoso — atual campeão do TCR South America Banco BRB e TCR Brasil Banco BRB —, Nelson Piquet Jr. — ex-Fórmula 1, primeiro campeão mundial de Fórmula E e atualmente no grid da BRB Stock Car Pro Series — e Raphael Reis, bem como argentinos como Leonel Pernía, Juan Ángel Rosso, Fabricio Pezzini e Fabián Yannantuoni.
Chefiada pelo experiente Nonô Figueiredo, piloto de longa trajetória no esporte e vencedor na BRB Stock Car, Maria Nienkötter passou a guiar o moderno Toyota Corolla TCR. Outro aprendizado para a ‘rookie’ diz respeito às pistas do calendário. Nesta primeira fase do campeonato, as etapas são disputadas em circuitos localizados na Argentina. Desta forma, a catarinense já estreou em Rosário, Oberá e San Juan Villicum. O próximo desafio da pilota será neste fim de semana (31 de maio a 1º de junho) no moderno Autódromo de Termas de Río Hondo, atual palco do Mundial de MotoGP na América do Sul.
Feliz com sua nova fase na carreira, Maria fala com satisfação sobre a chance de aprender e evoluir a cada etapa no TCR South America Banco BRB.
“Tudo tem sido muito diferente para mim, desde o início. É minha primeira experiência lidando como profissional 100% em uma categoria de alto nível, internacional, com pilotos de patamar extremamente elevado. Jamais antes havia andado em um carro de turismo, sem contar que também tive de construir a minha experiência em cada uma das pistas, todas completamente novas para mim, diferente dos meus adversários, muitos com um conhecimento prévio dos circuitos que compõem o calendário. Então, todo esse contexto eleva o desafio, mas gosto disso. Estamos correndo atrás para elevar esse conhecimento e aprendizado”, disse Nienkötter.
Inscrita na Copa Trophy, certame à parte no TCR South America Banco BRB que mescla ‘rookies’ e competidores de idade mais elevada, Maria triunfou em Rosário e subiu ao pódio em Oberá e Villicum. Em Termas de Río Hondo, a brasileira tem pela frente mais um degrau a escalar na caminhada natural de sua evolução pessoal e profissional.
“Percebo que evoluí muito sobre o ‘sentir’ o carro, no aspecto técnico da coisa. A cada etapa, noto que o feedback vem se tornando mais preciso. E, obviamente, esse intercâmbio de experiência e ideias me faz crescer no aspecto pessoal e profissional. Tudo isso me puxa para cima, percebo que a cada corrida vou ficando mais fortalecida, na busca por mais confiança, o que me faz evoluir muito dentro e fora da pista”, explicou.
“O conhecimento das novas pistas e o convívio com outros pilotos, bem mais experientes no automobilismo, vários com vitórias, títulos, tudo isso vem acelerando meu conhecimento pessoal no automobilismo. É muito enriquecedor!”, destacou Maria.
Inspiração — Maria Nienkötter tem chamado a atenção do público nesta sua primeira temporada no TCR South America Banco BRB. Por ser a única mulher no grid em meio a vários nomes cheios de experiência, a brasileira ampliou seu alcance nas redes sociais e é vista frequentemente nas concorridas visitação aos boxes como uma das mais requisitadas para fotos e autógrafos. O mesmo foi visto momentos após as premiações no pódio, especialmente em Oberá e Villicum.
A catarinense tem ciência do que representa e se mostra feliz por ser referência e fonte de inspiração para várias mulheres que almejam um dia trilhar seu caminho. “Só pelo fato de estar correndo, diante dessa visibilidade, com uma importância cada vez maior e influência nas redes sociais, tudo isso impacta muito”.
“Vejo muitas meninas mostrando fotos delas no kart, em categorias de fórmula e outras tantas me perguntam sobre como começar como mecânicas, engenheiras, chefes de equipe… Percebo, de forma geral, esse grande interesse, e fico muito feliz por representar as mulheres aqui no TCR South America e por mostrar que é possível chegar a qualquer lugar com muita luta, com muito trabalho. Creio que minha vinda ao TCR vem inspirando diversas meninas e mulheres, de gerações diferentes, nesse sonho de seguir uma carreira profissional no automobilismo e mostrar que, sim, é possível. E isso me deixa muito feliz”, concluiu.
GP do Canadá