A fornecedora de pneus da Fórmula 1, Pirelli, anunciou uma mudança na alocação de compostos para os GPs de Miami e Emilia Romagna, em resposta às críticas após um GP do Japão considerado monótono por praticamente todo o paddock da categoria e a grande maioria dos fãs. As corridas recentes na China e, principalmente, em Suzuka, foram marcadas por estratégias de apenas uma parada, com a etapa japonesa registrando um feito inédito e indesejado na história da F1, pois os seis primeiros colocados terminaram na mesma ordem em que largaram.
O asfalto recém-recapeado de Suzuka resultou em uma degradação de pneus drasticamente reduzida, o que, nas palavras de George Russell, da Mercedes, ‘tirou a diversão da estratégia’. Após a corrida, o piloto britânico cobrou uma ação da Pirelli, afirmando: “Os compostos de pneus usados em Suzuka foram muito duros para o recapeamento do asfalto, e foi uma corrida fácil de apenas uma parada. O mesmo ocorreu na China, e isso realmente tirou qualquer diversão da estratégia”, disse Russell que expressou sua esperança de uma reação da categoria, já que todos terminaram onde começaram, e não houve grandes diferenças na degradação dos pneus.
Em resposta direta a essas preocupações, a Pirelli informou às dez equipes da F1, nesta quarta-feira (09), que os GPs de Miami e Emilia Romagna terão uma alocação de pneus para um passo mais macia em comparação com a temporada passada.
Para Miami, a Pirelli vai disponibilizar os compostos C3 (duro), C4 (médio) e C5 (macio). Já para Emilia Romagna, a alocação será um grau mais macia, introduzindo o inédito composto C6 em um fim de semana de GP pela primeira vez.
O diretor de automobilsmo da Pirelli, Mario Isola, comentou a decisão: “Estamos bem cientes de que equipes e pilotos se tornaram muito adeptos em gerenciar e cuidar de seus pneus para obter o melhor resultado possível na corrida, e que os pilotos sempre querem pilotar no limite para experimentar as emoções que só um carro de Fórmula 1 pode oferecer.” Isola acrescentou que a corrida em Suzuka reforçou essa percepção, onde, apesar da falta de emoção na pista, todos se mostraram satisfeitos em manter seus tempos de volta competitivos até o final de cada stint.
“No entanto, devemos equilibrar isso com o desejo compartilhado entre todos os principais interessados em nosso esporte, de criar condições para corridas imprevisíveis e espetaculares”, prosseguiu Isola. “Os pneus e seu comportamento são uma parte importante desse quadro e, como parceira da Fórmula 1, queremos ser proativos a esse respeito.”
Isola também destacou a intenção da Pirelli de introduzir toda a nova gama de compostos de pneus nas primeiras sete etapas da temporada, visando coletar dados para as decisões futuras. “Quando começamos a planejar a produção e o envio de pneus para as primeiras corridas, nosso objetivo era usar todos os compostos da nova gama durante o início da temporada, já que eles apresentam circuitos com características muito diferentes. Isso nos ajudaria a coletar o máximo de dados úteis possível o mais rápido possível para informar nossas escolhas para a segunda metade do ano”, acrescentou.
Para 2025, a Pirelli aponta para uma gama mais ampla de opções, com um espaçamento mais eficaz entre os compostos em termos de desempenho e uma menor propensão ao superaquecimento da banda de rodagem e à granulação. A empresa acredita que isso vai permitir experimentar novas soluções e escolhas que podem levar a uma variedade de estratégias válidas, tanto em termos de uso de pneus quanto de número de pit stops.
O Grande Prêmio do Bahrein neste próximo final de semana, com o asfalto abrasivo do circuito de Sakhir desempenhando um papel importante nas decisões estratégicas, terá a gama mais dura de pneus: C1, C2 e C3.