Fórmula 1: Horner e Wolff agora apoiam ajustes nas regras de motores para 2026

Os chefes de equipe da Red Bull Racing e da Mercedes, Christian Horner e Toto Wolff, manifestaram uma rara concordância ao analisarem os desdobramentos da reunião técnica entre FIA, FOM e fabricantes de unidades de potência, realizada em abril, sobre os regulamentos de motores que entrarão em vigor a partir de 2026 na Fórmula 1.

Durante coletiva realizada no GP de Miami, ambos demonstraram preocupação com o impacto prático das novas regras, especialmente em relação à eficiência energética e à dirigibilidade dos carros.

Horner destacou que, embora o regulamento técnico já esteja definido, algumas consequências preocupam os fabricantes desde o início das discussões. “A maior preocupação, que já foi levantada há dois anos, é a quantidade de recuperação de energia exigida. Os projetistas de chassis vão explorar os limites e isso vai levar a muito ‘lift-and-coast’ nas corridas”, disse o britânico, referindo-se à técnica de desaceleração antecipada para economizar energia.

Ele também chamou atenção para a nova dinâmica aerodinâmica prevista: “Com o novo regulamento, o carro estará constantemente em modo DRS nas retas. Isso elimina a função de ultrapassagem. Se for realmente pelo bem do esporte, vale a pena rever isso. Não estamos falando em mudar o motor, mas talvez ajustar a entrega de energia elétrica em alguns circuitos”, disse ele.

Wolff, por sua vez, adotou uma postura semelhante. “Conforme nos aproximamos da implementação, todos pensam no interesse do time, o que é natural. Mas ainda não sabemos como isso vai funcionar em pistas como Baku ou Monza. Podemos ter problemas de recuperação de energia, e isso seria um desastre.”

Segundo o chefe da Mercedes, a solução pode estar no software. “Não é necessário descartar hardware nem reinventar o motor. Há espaço para ajustes dentro dos parâmetros já estabelecidos”, acrescentou.

Wolff também comentou o equilíbrio entre competitividade e espetáculo: “Queremos vencer, claro, mas sabemos que a imprevisibilidade é importante para o esporte. Vivemos uma era dominante desde 2014, mas isso, a longo prazo, não é o ideal. Precisamos evitar oscilações extremas. Essa configuração híbrida, com 50% elétrico, foi pensada para atrair montadoras como Audi e Porsche. Agora que Honda, Audi e outras já se comprometeram, não é simples mudar as regras. Mas temos que manter a mente aberta, caso seja necessário”, finalizou o chefe da Mercedes.

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