A partir do GP da Espanha de Fórmula 1 neste próximo final de semana, a FIA colocará em prática uma nova bateria de testes mais rigorosos para combater o uso de asas dianteiras flexíveis na categoria. As alterações foram explicadas por Nikolas Tombazis, diretor técnico de monopostos da entidade, que apontou a necessidade de maior controle após análises realizadas ao longo de diversas corridas em 2024 e 2025.
“Instalamos câmeras nas asas dianteiras de todos os carros em provas a partir do GP da Bélgica, e concluímos que os testes precisariam ser endurecidos”, disse Tombazis. Ele explicou que a decisão de implementar as novas regras apenas agora, visou evitar que as equipes tivessem que descartar componentes logo no início da atual temporada, o que implicaria em custos adicionais.
A principal mudança está na tolerância de deflexão vertical das asas dianteiras. Antes, com uma carga de 100 kg aplicada simetricamente, permitia-se até 15 mm de flexão. A partir da próxima corrida, esse limite cai para 10 mm. No caso de carga em apenas um dos lados, o limite vai de 20 mm para 15 mm.
O flap da asa dianteira também passará por um teste mais severo. A deflexão permitida sob carga perpendicular de 6 kg foi reduzida de 5 mm para 3 mm. “Pode não parecer muito, mas esse aumento na rigidez é significativo e esperamos que isso resolva a questão pelo menos até o fim do ano”, afirmou Tombazis.
A FIA realiza inspeções técnicas em vários momentos da temporada, muitas delas em regime de ‘Parque Fechado’, logo após as sessões de classificação ou nas manhãs de domingo antes das corridas. Isso impede que as equipes substituam componentes rígidos apenas para os testes, mantendo peças mais flexíveis para a corrida. Também podem ser feitos testes após um GP, se houver necessidade.
Essas medidas fazem parte de uma abordagem mais ampla para manter a igualdade técnica entre as equipes. “A filosofia permanece: precisamos estar atentos e continuar testando”, afirmou Tombazis, já antecipando que os critérios para 2026 estão sendo definidos.
Anteriormente, a FIA já havia atuado contra o chamado ‘mini-DRS’, implementando um limite de 2 mm de variação entre os elementos da asa traseira. Após novas análises por câmeras durante o GP da Austrália, esse limite foi reduzido para 0,5 mm no GP da China, após constatar que a flexibilidade ainda gerava vantagem aerodinâmica.
Com a introdução das novas medições para as asas dianteiras na corrida em Barcelona, a expectativa da FIA é encerrar as discussões sobre uso indevido da flexibilidade aerodinâmica ao longo desta temporada.