Lewis Hamilton voltou a demonstrar preocupação com os rumos da Fórmula 1 em relação ao calendário, especialmente diante da possibilidade de saída do Circuito de Barcelona-Catalunha a partir de 2026. Com a entrada do novo circuito urbano de Madrid, o tradicional traçado catalão, presente na categoria desde 1991, pode estar com os dias contados.
“Desde que construam um bom circuito, o que eu não tenho muita esperança, tudo bem. Mas criar novos circuitos é um tiro no escuro. Em mais de 90% das vezes, eles são piores”, afirmou Hamilton, em entrevista.
O britânico destacou que, apesar de entender a necessidade de evolução no esporte, a perda de pistas clássicas compromete a identidade da F1. “Perder qualquer uma das pistas clássicas é lamentável. Barcelona é uma grande cidade, com muitos fãs, especialmente desde a chegada de Fernando (Alonso). É como a casa da Fórmula 1 na Espanha”, disse ele.
Nos últimos anos, a categoria adicionou circuitos urbanos como Jeddah, Miami e Las Vegas, todos alvos de críticas por dificultarem as disputas roda a roda. O traçado de Madrid, que será construído em torno do centro de exposições IFEMA, deve consumir cerca de 100 milhões de dólares.
Max Verstappen também se posicionou contra a possível exclusão de Barcelona, apoiando a opinão de Hamilton. “Gosto de correr em Barcelona, é uma pista muito boa. Claro que as corridas às vezes são mais difíceis, mas acho que seria uma perda para a F1 se essa pista saísse”, afirmou o piloto da Red Bull Racing.
Verstappen reconhece o apelo comercial por trás do novo projeto em Madrid, mas destaca que isso não deve se sobrepor à experiência dos pilotos e dos fãs. “Entendo que talvez queiram criar um certo ‘hype’ em Madrid. Mas não sou eu quem decide”, finalizou o holandês.
Com o futuro incerto do circuito catalão, os comentários de dois dos principais nomes da F1 reforçam o debate sobre a importância de preservar as raízes esportivas em meio à expansão comercial da categoria.