GP da Arábia Saudita 2025 promete mais imprevisibilidade e estratégias variadas na pista veloz de Jeddah.
A Fórmula 1 chega à Arábia Saudita para encerrar sua primeira maratona de três corridas em três semanas na temporada 2025. Jeddah, uma cidade portuária banhada pelo Mar Vermelho, é conhecida tanto por sua importância histórica e religiosa quanto por sua crescente presença no cenário esportivo internacional. Pela primeira vez, o GP da Arábia Saudita será disputado em abril, o que pode afetar significativamente a dinâmica da corrida devido às condições climáticas mais quentes e úmidas.
Com temperaturas mais elevadas previstas, a ação na pista pode ser influenciada pelo comportamento dos pneus, que serão mais exigidos fisicamente ao longo da prova. Essa nova janela de realização da etapa representa um desafio adicional para equipes e pilotos, que precisarão se adaptar rapidamente às variáveis do fim de semana.
Estratégia e compostos: uma aposta por mais emoção
Para essa edição, a Pirelli trouxe uma mudança na escolha dos compostos, adotando uma abordagem mais agressiva. Em vez da combinação mais conservadora usada em anos anteriores, a fornecedora italiana disponibilizou o trio mais macio de sua gama: C3 como Duro, C4 como Médio e C5 como Macio. A intenção é clara: oferecer mais possibilidades estratégicas, aumentar o número de pit-stops e tornar a corrida menos previsível.
Historicamente, Jeddah tem favorecido estratégias de uma única parada, mesmo com a presença recorrente do Safety Car. Em 2024, por exemplo, apenas Valtteri Bottas optou por duas paradas, enquanto a maioria dos pilotos seguiu o plano tradicional de uma troca. A escolha majoritária foi largar com o C3 e seguir com o C2, numa configuração que priorizava a durabilidade em detrimento da performance.
A tentativa de alguns pilotos, como Bearman e Bottas, de largar com pneus mais macios mostrou que alternativas são possíveis, ainda que arriscadas. Outros, como Norris, Hamilton e Zhou, exploraram a resistência dos compostos médios antes de apostarem nos macios no final da prova, provando que mesmo o pneu mais frágil pode ser viável em certas circunstâncias.
A pista: velocidade e complexidade em Jeddah
O circuito de Jeddah é o segundo mais longo do calendário, com 6,174 quilômetros, e se destaca por ser uma das pistas mais rápidas do campeonato. Apesar disso, o traçado é sinuoso, com impressionantes 27 curvas — 16 para a esquerda e 11 para a direita — muitas delas de média ou alta velocidade. Embora existam três zonas de DRS, as ultrapassagens não são simples, devido à escassez de pontos de frenagem forte.
A abrasividade da pista é média, o que ameniza o desgaste dos pneus, mas o layout impõe elevadas forças laterais. A granulação dos compostos pode ser um problema nos primeiros treinos, já que o asfalto começa o fim de semana sujo, mas tende a melhorar com o acúmulo de borracha deixado pelas categorias de apoio.
Números e destaques do GP da Arábia Saudita, em Jeddah
Em termos estatísticos, três pilotos se destacam entre os vencedores em Jeddah. Max Verstappen venceu em 2022 e 2024, enquanto Lewis Hamilton conquistou a prova inaugural em 2021 e Sergio Perez levou a melhor em 2023. Os mesmos nomes também dividiram as pole positions: duas para Perez, uma para Hamilton e outra para Verstappen.
Além disso, o tetracampeão mundial Charles Leclerc tem bom retrospecto, com duas voltas mais rápidas e dois pódios, somando 49 pontos na pista saudita, atrás apenas de Verstappen, com 87, e Perez, com 55.
Arábia Saudita entre os países da F1
Jeddah segue consolidando sua presença no calendário da Fórmula 1, tornando-se uma peça importante na expansão da categoria no Oriente Médio. A Arábia Saudita foi o 35º país a sediar uma etapa da F1 e o quarto da região, que já contabiliza 44 Grandes Prêmios disputados entre Bahrein, Abu Dhabi, Catar e a própria Jeddah.