F1: Equipes pedem flexibilização das regras de Parque Fechado

As equipes da Fórmula 1 têm discutido um possível relaxamento das regulamentações de ‘Parque Fechado’ e estão interessadas em ver as regras evoluírem em vez de serem removidas.

Introduzido para impedir que as equipes criem carros sob medida para qualificações e corridas, o ‘Parque Fechado’ se refere à área segura onde a FIA realiza a verificação da legalidade e segurança dos carros durante um fim de semana de GP.

Na F1 moderna, a frase ‘condições de parc ferme (Parque Fechado)’, também é usada para se referir ao trabalho limitado que pode ser realizado nos carros entre deixar a garagem pela primeira vez na sessaõ de classificação e quando a bandeira quadriculada é acionada no domingo.

Juntamente com a extensão dos toques de recolher para as equipes, o ‘Parque Fechado’ ajudou as equipes a reduzir os gastos após a aplicação do limite de custos desde 2021.

No entanto, o uso crescente do formato Sprint na F1, deu às equipes ainda menos tempo para aperfeiçoar as configurações antes dos carros entrarem no ‘Parque Fechado’, após o qual grandes mudanças se tornam inacessíveis sem algum tipo de penalidade.

Com apenas uma hora de treino livre antes de entrar na corrida sprint, Charles Leclerc e Lewis Hamilton foram desqualificados do GP dos Estados Unidos, após excederem as tolerâncias de desgaste da prancha em Austin.

A FIA reconheceu que as desqualificações foram provavelmente devido às limitações de treino do formato Sprint, o que levou a apelos de representantes das equipes para um relaxamento nas regras.

“Parque Fechado, estamos discutindo sobre isso”, disse o diretor esportivo da Ferrari, Diego Ioverno. “A razão original era impedir que as equipes fizessem coisas malucas da sessão de classificação para a corrida. Mas há também outro aspecto, que é proteger as equipes de si mesmas, porque os engenheiros sempre têm muita fantasia e às vezes os mecânicos estão um pouco estressados”, afirmou Ioverno em São Paulo.

“Acho que ainda há algum mérito nas regras de ‘Parque Fechado’. Provavelmente podemos relaxar algumas delas porque existem outras maneiras de controlar o que estamos fazendo. Existe a limitação do teto de custos, rastreamento de peças, entre outras coisas. Não acho que vamos nos livrar do ‘Parque Fechado’ completamente, mas estamos discutindo isso, entre outros assuntos, com a FIA”, acrescentou.

Tom McCullough, diretor de desempenho da Aston Martin, disse que gostaria de flexibilidade nas regras, para permitir que as equipes reajam às condições climáticas variáveis.

“Há muitas coisas boas sobre quando o ‘Parque Fechado’ foi introduzido”, afirmou ele. “Acho que é uma questão de evoluir as regras para alcançar o que todos nós estamos tentando alcançar. Permitimos que certas coisas sejam alteradas. Você pode trocar o material do freio, pode fazer várias coisas.”

“Obviamente, não podemos mudar os patins e a prancha do carro, portanto, você precisa tomar algumas decisões sobre corridas muito limitadas muito cedo. Há coisas como o clima que afetam isso, um vento contrário a um vento de cauda e uma reta grande podem influenciar isso, e prever isso com três dias de antecedência é difícil. Então, acho que ajustes nos regulamentos são sempre bem-vindos do ponto de vista da engenharia, mas não acho que devemos nos livrar deles”, encerrou McCullough.