Muitas vezes pode parecer que Max Verstappen e seu engenheiro de corrida na Red Bull, Gianpiero Lambiase, tenham um relacionamento difícil, depois de ouvi-los discutir seguidamente no rádio da equipe. Porém, a realidade é que isto constitui uma parte importante do sucesso na conquista dos títulos do holandês e da equipe na Fórmula 1.
Falando sobre o relacionamento deles no podcast Talking Bull, Lambiase explicou como o relacionamento profissional deles se desenvolveu desde que ele começou a trabalhar com Verstappen, quando o piloto tinha apenas 18 anos.
“É totalmente natural que depois de sete ou oito anos nos conheçamos de dentro para fora e saibamos o que desencadeia o outro, como persuadir ou colocar o braço em volta do ombro do outro”, disse Lambiase.
Embora Verstappen tenha vencido sua primeira corrida na estreia com a Red Bull, isso não trouxe sucesso instantâneo, já que a equipe lutou para igualar o domínio da Mercedes. “Em 2018, 2019 e 2020, quando o carro não era tão competitivo quanto a equipe gostaria, especialmente para Max”, lembrou Lambiase.
“Nesse ponto, você já pode ver sua frustração por não ter conseguido competir pelo campeonato naquele momento. Tivemos alguns altos e baixos, eu diria nesse período. No meio, terceiro, quarto, quinto ano. Mas desde 2021, que foi tão intenso, a relação e o vínculo foram cimentados naquele ano.”
Verstappen acredita que este período de intensa rivalidade com a Mercedes os aproximou, ao mesmo tempo que ele também se desenvolvia como um adulto no cenário mundial.
“Passamos muito tempo juntos. Comecei na equipe quando tinha 18 anos, agora tenho 26”, disse Verstappen. “Quando olho para as imagens das primeiras corridas que fiz com a equipe, fico tipo ‘Oh, meu Deus’, é muito diferente. Também no meu comportamento e em crescer mais, então é natural que ajude muito no relacionamento entre nós.”
Ao longo dos anos, sua comunicação passivo-agressiva ou às vezes de ‘cair o queixo’ através do rádio da equipe, tornou-se uma característica das transmissões da F1 na TV.
Os dois podem dizer o que quiserem um ao outro, simplesmente pela vontade de vencer. “Ainda fico chateado, mesmo em uma temporada tão dominante, quando as coisas não vão bem”, disse Verstappen.
“É o mesmo para o GP, ainda queremos vencer e ainda queremos fazer tudo da maneira mais perfeita possível, mesmo que ninguém seja perfeito. Mas tentamos estar o mais próximo possível da perfeição. É por isso que, às vezes, ainda temos as nossas discussões. Mas é tudo porque estamos muito motivados para vencer e não gostamos quando saímos de um fim de semana, e dizemos como poderíamos ter feito as coisas melhor”, disse o holandês.
Quando solicitado a resumir Verstappen em uma palavra, Lambiase usa a mesma palavra para se descrever, mostrando por que eles formam uma dupla de trabalho tão boa. “Eu uso a palavra ‘insaciável’ (para descrever Max), o que acho que vale para mim também”, disse o engenheiro.
“Não importa quantas corridas vencemos, ou quantos títulos vencemos ou podemos vencer, acho que a questão é que nunca seremos felizes. Nosso padrão é tão alto que eu diria que somos ambos perfeccionistas e que nada é bom o suficiente. Isso é o que realmente nos motiva a continuar fazendo o que estamos fazendo e seguindo o processo”, finalizou Lambiase.