A penalização aplicada a George Russell no GP de Mônaco de Fórmula 1 segue repercutindo nos bastidores da categoria. Jonathan Wheatley, chefe da equipe Sauber, pediu que a FIA revise o incidente envolvendo o piloto da Mercedes e questione a consistência das decisões dos comissários.
Durante a caótica prova nas ruas de Monte Carlo, Russell cortou deliberadamente a chicane Nouvelle para ultrapassar Alex Albon, da Williams, o que lhe rendeu uma penalidade de drive-through e o fez terminar fora da zona de pontuação. A controvérsia aumentou com a alegação de que Albon teria reduzido propositalmente o ritmo para favorecer seu companheiro de equipe, Carlos Sainz.
Wheatley, que assumiu o comando da Sauber nesta temporada após anos como diretor esportivo da Red Bull Racing, considerou a corrida monegasca como ‘definida pela estratégia e moldada mais pelas regras do que pela disputa pura na pista’.
O dirigente argumentou que a atual estrutura de punições pode ser insuficiente para coibir atitudes calculadas por parte dos pilotos. “Como esporte, precisamos analisar mais de perto a penalidade do George e entender o que pode ser aprendido, especialmente em corridas tão influenciadas por regras obrigatórias de uso de pneus como essa”, disse ele.
A penalidade foi justificada pelos comissários, citando uma mensagem de rádio em que Russell, depois da manobra, afirmou ao engenheiro que ‘aceitaria a penalidade’, indicando intenção deliberada, de receber uma punição de cinco ou dez segundos, o que acabou sendo mais pesado com o drive-through. Ainda assim, Wheatley reforça a necessidade de mais clareza e consistência por parte da direção de prova, embora tenha elogiado a tentativa da Fórmula 1 de inovar com estratégias diferentes.
Questionado sobre a suposta colaboração entre pilotos, Wheatley minimizou qualquer irregularidade: “Não vi nada perigoso, o que vi foi um trabalho de equipe muito bem feito. E não estou dizendo que nós não faríamos o mesmo se estivéssemos na posição certa”.
Russell, por sua vez, admitiu a manobra e justificou a frustração com Albon, alegando que a regra dos dois pit stops favoreceu a colaboração entre equipes. “Não, a regra não funcionou, porque foi fácil demais para os pilotos e equipes se ajudarem a criar o espaço de pit stop e inverterem as posições”, encerrou o britânico.
A situação acende um alerta sobre o impacto das regras estratégicas e reacende o debate sobre decisões de arbitragem na F1.