Desde sua estreia na Fórmula 1, Franco Colapinto tem sido apontado como uma das grandes promessas do automobilismo argentino. No entanto, sua trajetória na categoria máxima do esporte tem sido marcada por oscilações de performance e acidentes em momentos cruciais, levantando questionamentos sobre sua consistência e maturidade nas pistas. Estaria o ‘hermano’ pronto para a Fórmula 1?
Estreia promissora na Williams comprometida por sequência de acidentes
Em 2024, Colapinto foi promovido à equipe principal da Williams, substituindo Logan Sargeant. Sua estreia no Grande Prêmio da Itália foi sólida, com uma 12ª colocação. No Azerbaijão, conquistou seus primeiros pontos ao terminar em oitavo, tornando-se o primeiro argentino a pontuar na F1 desde Carlos Reutemann em 1982. No entanto, a sequência de boas performances foi interrompida por uma série de incidentes.
A partir do Grande Prêmio do México, Colapinto começou a acumular acidentes que comprometeram sua reputação. Na corrida mexicana, recebeu uma penalização de 10 segundos por colisão com Liam Lawson, além de dois pontos de penalidade na superlicença.
No Grande Prêmio de São Paulo, no Brasil, abandonou a corrida após um acidente sob condições de pista molhada. Em Las Vegas, sofreu um forte impacto de 50g durante a classificação, forçando-o a largar dos boxes e terminando a corrida fora da zona de pontuação. No Catar, abandonou na primeira volta após um incidente envolvendo Nico Hülkenberg e Esteban Ocon. Em Abu Dhabi, sua última corrida pela Williams, sofreu um furo de pneu após contato com Oscar Piastri e abandonou a prova.
“Destruidor de carros?” Críticas e preocupações na Alpine
Em 2025, Colapinto foi contratado como piloto reserva da Alpine e, após a saída de Jack Doohan, assumiu a vaga de titular. Em sua estreia no Grande Prêmio da Emília-Romanha, ele sofreu um acidente durante o Q1, colidindo com as proteções na curva Tamburello, resultando em uma bandeira vermelha e uma penalização de uma posição no grid de largada. Na corrida, largou em 16º e manteve essa posição até o final, sem conseguir avançar no pelotão.
Após o GP em Ímola, o campeão mundial de 1997, Jacques Villeneuve, expressou preocupação com o desempenho de Colapinto, afirmando que, embora rápido, o argentino tem uma tendência a se envolver em acidentes, sendo descrito como “um destruidor de carros”.

Talento em xeque: hype que se transformou em frustração
As recentes declarações de Flavio Briatore, assessor executivo da Alpine, lançaram dúvidas sobre a permanência de Colapinto na equipe. Briatore afirmou que não está satisfeito com o desempenho do piloto argentino e que sua continuidade dependerá exclusivamente dos resultados obtidos nas próximas corridas.
Ele destacou que Colapinto precisa ser rápido, evitar acidentes e marcar pontos, ressaltando que, caso não atenda a esses critérios, a equipe considerará outras opções. Briatore também mencionou que 2025 é um ano de preparação para 2026, permitindo à Alpine realizar experimentações com sua formação de pilotos. Fato é que o argentino está longe de atender às expectativas do italiano.
Neste ano, Colapinto tem enfrentado dificuldades significativas na Alpine. Depois do acidente na Emília-Romanha, Colapinto largou em 18º e terminou em 13º no Grande Prêmio de Mônaco, beneficiando-se de abandonos e estratégias de pit stop, mas sem realizar manobras significativas. No GP da Espanha, em Barcelona, sofreu com problemas técnicos durante o Q1, resultando em uma classificação na 19ª posição. Na corrida, terminou em 15º, novamente sem pontuar.
Após três Grandes Prêmios pela Alpine, Colapinto não conseguiu marcar pontos, com melhores resultados sendo uma P13 em Mônaco e uma P15 na Espanha. Sua média de classificação foi em torno do 18º lugar, e ele não demonstrou capacidade de recuperação significativa durante as corridas. Esses desempenhos abaixo do esperado aumentaram a pressão sobre o piloto argentino, especialmente diante das exigências da equipe por resultados consistentes e livres de erros.
Colapinto demonstrou potencial e velocidade em sua curta carreira na Fórmula 1. Mas a recorrência de acidentes em momentos decisivos levanta dúvidas sobre sua capacidade de se consolidar como um piloto consistente e confiável. Para garantir seu lugar na elite do automobilismo, será essencial que Colapinto transforme seu talento bruto em performances sólidas e livres de erros.