Direto de Mônaco: ‘Bromance’ Max-Gabi, Senna, Filme F1 e loteria das 2 paradas

O Brasil está de volta ao grid do GP mais tradicional e importante da F1: a corrida em Mônaco neste domingo marca a estreia de Gabriel Bortoleto na principal categoria do automobilismo mundial competindo no circuito considerado um dos mais desafiadores do mundo.

Além da experiência do ano anterior na F2, quando conquistou um segundo lugar, o piloto da Sauber revelou uma ajuda um tanto inusitada para desvendar os segredos não apenas desta pista, mas de seu primeiro ano na F1 em geral: Max Verstappen.

O piloto da Red Bull é uma grande referência para Bortoleto desde a F3, como ele revelou em resposta a uma pergunta que fiz aos dois durante a entrevista oficial da FIA na sala de imprensa do circuito de Mônaco.

A resposta bem humorada dos dois reflete uma ajuda que é pouco comum entre rivais da F1, especialmente porque Max compete pela Red Bull, sem nenhuma associação com o time do brasileiro. Fernando Alonso é outra grande referência para Bortoleto, mas neste caso o piloto da Sauber tem no espanhol seu empresário, da A14 Management desde os tempos da F3.

Agora que está “comprovado” o “bromance” entre Max Verstappen e Bortoleto, o holandês ganha mais um capítulo em seu processo de mostrar sua verdadeira faceta ao público brasileiro – ele também já declarou seu carinho ao País por conta do relacionamento com Kelly Piquet e, mais recentemente, o nascimento de sua filha, Lilly.

Ninguém se engane, no entanto, que esta versão “paz e amor” é 100% Verstappen neste final de semana. Foi possível ver sua ironia ao responder a pergunta sobre os motores do ano que vem (“sim, inclusive estava desenhando os pistões do motor na semana passada”…) e na sua ausência da premiere de “F1, o Filme” ontem na véspera do GP de Mônaco.

Apenas ele e Lance Stroll não compareceram, e o holandês minimizou o fato dizendo que “pode ver o filme daqui duas ou três semanas” que não fará diferença… Polêmicas à parte, o fato é que a maioria dos pilotos questionados hoje durante o media day, acompanhado de perto pela reportagem de F1MANIA.NET presente no circuito de Monte Carlo, mostrou que os fãs podem esperar por uma grande produção.

“É claro que existem coisas que talvez para nós, pilotos, sejam um pouco fora da realidade, mas pensando em uma produção de Hollywood, eles conseguiram mostrar de forma bem interessante nosso esporte”, disse o líder do campeonato, Oscar Piastri, da McLaren. O mais empolgado evidentemente é Lewis Hamilton, que teve participação direta como consultor do filme.

“Eu já tinha visto mais de 20 vezes, mas estava ansioso para premiere para ver a reação dos outros pilotos”, disse Hamilton, que vê este tipo de ação como um possível caminho para quando se aposentar das pistas. “Foi emocionante demais para mim ver o nome de minha produtora nos créditos do filme. É algo que quero fazer mais no futuro”, completou o piloto da Ferrari.

Direto de Mônaco: ‘Bromance’ Max-Gabi, Senna, Filme F1 e loteria das 2 paradas
Foto: Divulgação

A empolgação por “F1, o Filme”, que estreia nos cinemas mundialmente no próximo mês, dá lugar a um certo desânimo no time italiano quando o assunto é lutar por vitórias em Mônaco. Vencedor do ano passado, Charles Leclerc admite que suas chances são remotas, mesmo com o novo elemento introduzido neste ano com as duas paradas obrigatórias, o que tende a criar situações de “loteria” para o caso de entradas inesperadas de safety car ou uma bandeira vermelha. “Honestamente, não estamos em posição de lutar por vitórias. Mas Mônaco é um circuito único, com características especiais, e tudo pode acontecer”, disse o monegasco, que no ano passado quebrou a “maldição” de sua corrida em casa por uma das vitórias mais épicas de sua carreira.

Vencer sem ter o melhor carro foi o que o grande ídolo de Leclerc, Ayrton Senna, conseguiu em 1992 e 1993. Perguntei ao monegasco o quanto o brilhante desempenho do piloto brasileiro nas ruas de Monte Carlo fez sua admiração por Senna ser tão especial.

“Com certeza. Ele foi uma grande inspiração. Acho que tudo o que ele conquistou – especialmente em Mônaco – teve uma grande influência sobre mim. Meu pai testemunhou e viu o Ayrton nas ruas de Mônaco, correndo aqui. Toda vez que havia um GP, meu pai me explicava como era impressionante, especialmente na chuva. E você também pode ver algumas imagens a bordo daquela época, o que é simplesmente incrível. Acho que faz parte da magia do Ayrton, e Mônaco é definitivamente uma das voltas mais especiais que ele já fez. Então, sim – definitivamente contribui para o mito”, completou.

Isack Hadjar of France and Visa Cash App Racing Bulls
Foto: Rudy Carezzevoli / Getty Images / Red Bull Content Pool

Ao seu lado, Isack Hadjar também destacou a idolatria a Senna – inclusive o francês presta um belo tributo ao brasileiro com um capacete especial dedicado ao tricampeão brasileiro (algo que também será feito na F3 por Rafael Câmara).

“Pensei em fazer este desenho especial no Brasil, mas acho que fazer aqui talvez faça ainda mais sentido. Porque tem um rei em Monte Carlo, e esse rei é o Ayrton. Quando criança, eu assistia a muitos vídeos no YouTube – vendo ele basicamente destruindo todo mundo por aqui. Eu pensei: bom, se eu vou ser um piloto de Fórmula 1 e vou correr aqui, quero prestar uma homenagem a ele. Você pode ver as estatísticas no meu capacete – suas voltas na pole, quantas vezes ele venceu, em quais anos. Acho que foi uma boa ideia”, completou.

Por falar em pole, novamente todos os pilotos reforçaram que o sábado mais importante do ano será justamente o deste final de semana em Mônaco. Mas a necessidade de fazer duas paradas ainda é uma incógnita na cabeça de pilotos e equipes. “Sendo bem honesto, para nós que estamos na equipe que lidera o Mundial, ter este tipo de novidade não é o ideal. Mas vamos trabalhar para sair na frente e esperar uma corrida sem grandes ocorrências”, confessou Lando Norris.

Alguns pilotos apontam que o composto C6, o ultramacio que estreou em Ímola, talvez possa fazer a diferença em Mônaco, já que o desgaste de pneus no circuito de rua é muito baixo. “Mas nunca testamos aqui, só saberemos depois da análise dos treinos livres na sexta e sábado”, explicou Fernando Alonso.

Mesmo sem saber se a regra efetivamente deixará a tradicional corrida de Mônaco mais interessante (já que, na teoria, tende a ser a mais monótona do ano), um fato é que esta regra única já criou um ponto de interrogação interessante a ser observado por todos a partir desta sexta-feira. E se é para haver uma regra especial para entretenimento, que seja aplicada justamente no GP mais especial e único do ano: Mônaco.

O F1MANIA.NET acompanha o GP de Mônaco ‘in loco’ com o jornalista Rodrigo França.

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