Vettel: mais Sebastian, menos “Tião”

Havia preparado uma coluna básica sobre a volta da temporada neste final de semana. Estava bem bacana diga-se de passagem. Mas resolvi segurar um pouco e escrever sobre um personagem que será muito interessante de acompanhar nesta temporada: Sebastian Vettel, aniversariante desta sexta (33 anos).

A partir do momento em que foi anunciado que o contrato do alemão com a Ferrari não seria renovado e a contratação de Carlos Sainz Junior, todo mundo se pergunta como será a postura de Vettel e – principalmente – como será a reação?

Antes mesmo disso, havia uma grande interrogação do que seria Sebastian Vettel este ano. Após uma queda vista à olhos vistos a partir do GP da Alemanha de 2018, muita gente colocou em xeque a qualidade do quatro vezes campeão. E a vinda de um jovem cheio de gás, Charles Leclerc, acabou colocando a posição de Vettel em situação complicada na equipe.

Muita gente (eu incluso) julgava que Vettel precisava sim de um apoio. Afinal de contas, um piloto de seu calibre simplesmente não desaprende a fazer as coisas. Extremamente reservado, só viemos saber que seu terceiro filho estava à caminho às vésperas do nascimento. E não foi algo tão simples assim. Este e outros assuntos podem ter interferido em seu desempenho.

Junte isso à pressão de um novo companheiro de equipe, que veio para justamente iniciar uma troca de guarda e tentar retirá-lo de uma possível zona de conforto. Sem contar a tentativa de ser efetivo na gestão de estratégias, que acabou fazendo que o caldo desandasse de forma quase que definitiva. Um caldeirão como a Ferrari acaba também por prejudicar qualquer piloto.

E Vettel tentou ser o comandante. Mas ao contrário da Red Bull, não houve uma “proteção” por parte do time para tentar blindá-lo e deixá-lo simplesmente pilotar. Ainda também temos que colocar nesta equação a perda do caminho de desenvolvimento do carro, o que foi prejudicial em 2017 e – principalmente – em 2018.

Talvez agora vejamos um Vettel mais despreocupado, podendo fazer suas corridas de forma mais liberada. Leclerc foi a escolha da Ferrari e este relacionamento acaba por não caminhar de forma tão agradável, devendo o time italiano tentar focar suas forças em torno do monegasco.

Nesta retomada da Fórmula 1, Vettel aparentou uma abordagem mais relaxada e surpreendeu a todos quando declarou que não havia recebido uma proposta de renovação da Ferrari. E deixou claro que se vê ainda em condições de ficar na categoria (onde está desde seus 17 anos), embora queira condições de desempenhar bem o seu papel. Muitos dizem em um interesse da Renault e algumas vozes ainda o colocam na Mercedes, fazendo uma possível dupla com Lewis Hamilton.

O que torço hoje é que Vettel seja cada vez mais Sebastian e menos “Tião”. Para o bem da Fórmula 1 e da sua própria carreira. Sinceramente, não o vejo querendo ficar a qualquer custo. É claro que ele gosta do que faz, mas não é escravo de suas escolhas. Se quiser ficar, será ótimo. Se quiser partir, será ótimo também. É um cara novo, com uma situação financeira muito confortável e não tem mais nada o que provar a ninguém. Já deixou seu nome e será lembrado por muito tempo. Antes de vermos o esportista, é preciso ver o ser humano.

 

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