A bastante provável decisão da Red Bull Racing de rebaixar Liam Lawson para a Racing Bulls e promover Yuki Tsunoda para a equipe principal, ao lado de Max Verstappen, expõe mais uma vez a profunda divisão dentro da equipe de Milton Keynes. Apesar do caos interno, o chefe da equipe, Christian Horner, se recusa a renunciar ao cargo.
É amplamente reconhecido que Max Verstappen é fundamental para o sucesso da Red Bull Racing, e sem ele, a equipe provavelmente lutaria no pelotão intermediário da Fórmula 1. No entanto, a quase certa decisão de substituir Lawson por Tsunoda, inclusive contra a vontade de Verstappen, demonstra que a equipe não está totalmente alinhada com os desejos do tetracampeão.
A expectativa é que, muito em breve, a Red Bull anuncie a substituição de Lawson já para a corrida em Suzuka, justificando a decisão com base em dados, na falta de confiança do neozelandês e no bom desempenho de Tsunoda na Racing Bulls, como Horner já afirmou em alguns comentários. A equipe de relações públicas da Red Bull já deve estar preparando o discurso.
Seria uma grande surpresa se Horner admitisse publicamente que cometeu um erro ao promover Lawson à equipe principal e que o verdadeiro problema reside no manuseio e na qualidade do RB21. Lawson, portanto, seria um bode expiatório para desviar a atenção dos problemas reais.
Horner é conhecido por sua capacidade de sobrevivência. Ele lidera a Red Bull Racing há mais de vinte anos, e sempre encontrou maneiras de se manter fora de perigo em situações difíceis. Mesmo após a acusação de comportamento inadequado (assédio sexual) por uma funcionária da equipe no início de 2024, que desencadeou uma investigação interna realizada pela Red Bull GmbH, Horner manteve sua posição.
Ele parece indiferente às críticas, tanto externas quanto internas. A saída de Adrian Newey da Red Bull, em parte devido à turbulência interna na equipe, é um segredo aberto. Jos Verstappen, pai de Max, também tem sido um crítico ferrenho de Horner, com quem mantém um relacionamento difícil, embora nos últimos meses pareça ter havido uma espécie de trégua.
No entanto, a luta interna está longe de terminar. Em vez de Horner, e também Helmut Marko, consultor da Red Bull, olharem para dentro da própria equipe, um bode expiatório foi encontrado em Lawson, para a irritação de Verstappen.
A questão que se coloca é: Por quanto tempo Horner e a Red Bull podem continuar assim? Em algum momento, essa situação terá que chegar ao fim, e se Horner deixar a Red Bull, ninguém do pessoal de Verstappen irá lamentar, já que eles apoiaram Lawson e não a decisão da direção da equipe.