Como Claire Williams garantiu o contrato que deixou Maranello indignada
Claire Williams revelou que a Ferrari ficou furiosa quando a Williams garantiu um acordo de patrocínio com a Martini para a temporada 2014 da Fórmula 1. A icônica marca de bebidas italiana, que ficou associada às listras azuis e vermelhas na F1, esteve na equipe britânica por quatro temporadas, até 2018.
No entanto, a Scuderia também estava negociando com a Martini na época, e o desfecho da situação deixou Maranello indignada.
Como a Williams superou a Ferrari pelo patrocínio da Martini
Em entrevista ao podcast What It Takes With Olly Fawcett, Claire Williams, ex-vice-chefe da equipe, contou como conseguiu fechar o acordo:
“Eu estava realmente orgulhosa de ter conseguido aquele contrato na época, porque a Martini estava prestes a assinar um acordo com a Ferrari.”
Segundo Claire, um dos fatores decisivos foi a liberdade que a Williams ofereceu à Martini em relação ao design da pintura do carro:
“A pintura da Ferrari é a pintura da Ferrari, e você não pode mexer muito nela.”
“Mas na Williams, oferecemos a eles o carro inteiro. Dissemos: ‘Ei, por que não trazem de volta as icônicas listras da Martini e as colocam no nosso carro? Olhem como isso ficaria — não parece incrível?’”
A proposta convenceu a Martini, e assim nasceu um dos esquemas de cores mais memoráveis da era moderna da F1, com um carro predominantemente branco e as marcantes listras azul e vermelha.

Ferrari furiosa e resposta ácida a Martini
A decisão pegou a Ferrari de surpresa, e a reação foi imediata. De acordo com Claire, a Scuderia não escondeu sua frustração e chegou a enviar uma carta à Martini.
“A Ferrari ficou furiosa porque achava que tínhamos roubado o patrocínio deles.”
“Eles até escreveram uma carta para a Martini dizendo: ‘Nos veremos no nosso retrovisor na próxima temporada, já que agora vocês estão patrocinando a Williams.’”
No entanto, a resposta da pista mostrou outro cenário.
Williams supera Ferrari e termina 2014 à frente da Scuderia
Até 2013, a Williams vinha enfrentando anos difíceis, sem conseguir ficar entre as seis melhores no Campeonato de Construtores. Mas com a chegada da era híbrida, em 2014, a equipe britânica deu um salto de desempenho e terminou a temporada em terceiro lugar, atrás apenas de Mercedes e Red Bull — e, principalmente, à frente da Ferrari.
“Sim, claro, passou pela minha cabeça: ‘Não apenas tiramos o patrocinador de vocês, como também terminamos à frente de vocês no campeonato.’” disse Claire.
Em 2015, a Williams repetiu o terceiro lugar, mas a equipe começou a perder desempenho nos anos seguintes. Em 2018, com a saída da Martini, caiu para a última posição no campeonato.
Desde então, sua melhor colocação foi o sétimo lugar em 2023, com Alex Albon e Logan Sargeant. Para 2025, a equipe trará Carlos Sainz, que faz o caminho inverso e deixa a Ferrari para se juntar à Williams ao lado de Albon.
A equipe apresentará seu novo carro na sexta-feira, em Silverstone, e mostrará sua pintura oficial com a nova patrocinadora Atlassian no dia 18 de fevereiro, durante o lançamento oficial da F1 no O2 Arena, em Londres.