A Fórmula 1 se prepara para o GP da China, e uma das principais discussões nos bastidores gira em torno das mudanças nos testes de flexibilidade da asa traseira. A FIA decidiu endurecer as verificações a partir deste fim de semana, e o ex-piloto Johnny Herbert acredita que isso pode impactar diretamente a McLaren, equipe que teve um desempenho impressionante na etapa de abertura na Austrália.
A equipe de Woking dominou a qualificação em Melbourne, garantindo a primeira fila do grid com Lando Norris e Oscar Piastri. Durante a corrida, manteve um ritmo forte, chegando a ensaiar uma dobradinha, mas um erro de Piastri na chuva abriu caminho para a vitória de Norris e um segundo lugar para Max Verstappen, da Red Bull.
No entanto, as regras para o teste de flexibilidade da asa traseira serão mais rigorosas na China. Antes, a tolerância era de 2mm de movimento, mas agora foi reduzida para 0,5mm, com uma pequena margem de 0,25mm excepcionalmente em Xangai, devido ao prazo curto para a aplicação da mudança. A partir do GP do Japão, a regra será ainda mais rígida.
Para Herbert, McLaren pode ser a equipe mais afetada pelas novas diretrizes, já que sua asa traseira foi alvo de polêmica no ano passado, especialmente no GP do Azerbaijão, quando imagens onboard mostraram um possível flexionamento excessivo. “A McLaren teve muitos problemas com a asa traseira se movendo para trás”, afirmou o britânico. Ele explicou que essa flexibilidade pode trazer ganhos aerodinâmicos importantes, já que reduz o arrasto em retas e melhora a velocidade final do carro.
A suspeita de que a McLaren poderia estar se beneficiando dessa característica teria levado a Red Bull a questionar a FIA durante os testes de pré-temporada no Bahrein. Entretanto, Norris negou que a equipe tenha precisado modificar seu carro após a prova em Melbourne, sugerindo que o impacto da nova regra pode ser menor do que o esperado.
Herbert, por outro lado, acredita que essa é uma situação normal na Fórmula 1, onde sempre há uma equipe na mira das adversárias. “Sempre há uma equipe que todos observam e tentam encontrar maneiras de neutralizar qualquer vantagem. Agora, é a McLaren”, afirmou. Para ele, a decisão da FIA de endurecer os testes é legítima e faz parte da dinâmica da categoria.
Com a McLaren em destaque no início da temporada e a Red Bull atenta às movimentações da concorrência, o GP da China pode trazer as primeiras pistas sobre o impacto dessas mudanças e se, de fato, o time britânico perderá desempenho com a nova verificação da FIA.