Lewis Hamilton afirmou que a dolorosa derrota no campeonato de 2021 ‘demorou muito tempo para ser superada’, conforme disse após conquistar sua primeira vitória em 2024 no último final de semana no GP da Inglaterra de Fórmula 1.
Hamilton tinha tudo para conquistar seu oitavo título recorde em Abu Dhabi na temporada 2021, mantendo ampla liderança sobre Max Verstappen na corrida. No entanto, o diretor de prova da FIA na época, Michael Masi, descumpriu o procedimento de relargada envolvendo carros retardatários sob Safety Car. Isso permitiu a Verstappen, com pneus novos, ultrapassar Hamilton na última volta e conquistar seu primeiro título na F1. Inclusive essa decisão errada de Masi, resultou em sua demissão dos quadros da FIA.
Enquanto isso, a dor de Hamilton foi amplificada pelas dificuldades da Mercedes com o novo regulamento aerodinâmico e a sequência de temporadas sem vitórias. No entanto, o heptacampeão se beneficiou da recente melhora de performance da Mercedes, para encerrar a longa espera e conquistar sua 104ª vitória, que aconteceu em sua corrida em casa em Silverstone.
Questionado se o retorno ao topo do pódio representa o fechamento definitivo do capítulo de 2021, Hamilton respondeu: “Nem tive tempo para seguir em frente antes de 2022. Posso dizer que não desisti. Sinto que estou tomando as decisões certas na vida, tanto na preparação quanto na gestão do meu tempo.”
“Por exemplo, a decisão que estou tomando para o ano que vem (ir para a Ferrari), o comprometimento que ainda tenho com essa equipe (Mercedes) e o amor que continuo sentindo pelo meu trabalho. Eu realmente amo esse trabalho, nada vai chegar perto dele e sou extremamente grato por estar aqui. Entre esses vinte pilotos incríveis em um esporte que vive um momento marcante. Aliás, hoje (domingo) tivemos o lançamento do trailer do filme sobre a categoria”, disse ele.
“Quando voltei em 2022, achei que tinha superado Abu Dhabi, mas percebi que não, e com certeza, levou muito tempo para curar esse sentimento. É natural para qualquer pessoa que passe por isso. Apenas continuo trabalhando em mim mesmo e buscando paz interior todos os dias”, acrescentou.
A saída de Hamilton da Mercedes após o final da atual temporada, coincide com a aparente melhora da equipe alemã, enquanto a Ferrari enfrenta um declínio com atualizações malsucedidas.
No entanto, o heptacampeão negou que a situação oposta das duas equipes represente um momento ‘agridoce’ à medida que se aproxima a mudança para Maranello. “No começo da temporada, tínhamos um carro que não chegava nem perto da Red Bull, por exemplo, nem perto de pensar em vencer alguma corrida. Para mim, seria meio agridoce terminar a temporada sem um dia como hoje, mas o fato de termos nos unido…”, continuou.
“Todos fizeram um ótimo trabalho para deixar o carro em um ponto onde nos sentimos muito mais confortáveis, uma grande mudança em relação ao ano passado. Então, não é sair em baixa, é sair em alta, que era meu objetivo. Ainda há um longo caminho pela frente, e o carro não é, de forma alguma, o mais rápido do grid no momento, mas acho que estamos muito perto e espero que, com algumas atualizações, talvez estejamos em uma posição ainda mais forte para brigar na liderança com mais consistência”, finalizou o britânico.