F1: Hamilton admite “reality check” na Ferrari após oitavo lugar no grid

A estreia de Lewis Hamilton pela Ferrari no GP da Austrália de Fórmula 1 trouxe um verdadeiro “reality check” para o britânico. Depois de 12 anos na Mercedes, o heptacampeão ainda sente os efeitos da transição para o novo carro, e isso ficou evidente na qualificação em Melbourne, onde ficou apenas com o oitavo lugar no grid de largada, logo atrás de seu companheiro de equipe, Charles Leclerc.

Hamilton enfrentou dificuldades ao longo do fim de semana e cometeu um erro no Q2, rodando na curva 11. Apesar de conseguir avançar para o Q3, sua melhor volta foi quase um segundo mais lenta que a de Lando Norris, pole position da McLaren. O britânico destacou que ainda está tentando se adaptar à nova realidade dentro da Ferrari, especialmente no que diz respeito ao comportamento do carro e às ferramentas disponíveis.

“Tem sido uma curva de aprendizado muito grande neste fim de semana. Desde o momento em que deixei os boxes, o carro já parecia muito diferente do que eu já experimentei aqui antes”, explicou Hamilton à imprensa, incluindo o portal RacingNews365. “Está sendo um processo mais lento para construir confiança no carro e, se olharmos para as curvas de alta velocidade, tenho estado sempre atrás do Charles. Ele já entendeu como extrair o máximo do carro desde o início, enquanto eu ainda estou tentando chegar lá.”

Apesar das dificuldades, Hamilton se mostrou satisfeito por ter conseguido se aproximar de Leclerc, reconhecendo o talento do monegasco em voltas rápidas. “Me aproximei bastante dele no final, e considerando que esta foi minha primeira qualificação com a Ferrari, estar tão perto do Charles – que é um grande classificatório – me deixa feliz”, admitiu.

Questionado sobre quais foram os maiores desafios, Hamilton detalhou que a principal dificuldade tem sido entender o equilíbrio mecânico do carro e os recursos disponíveis. “A forma como o carro freia e se comporta nas curvas é bem diferente do que eu estava acostumado. O equilíbrio mecânico e a transição entre curvas de baixa e alta velocidade também são bastante distintos”, explicou.

O britânico também reconheceu que subestimou o processo de adaptação. “Achei que estivesse mais avançado na minha adaptação, mas cheguei no TL1 e pensei: ‘Jesus, ainda tenho um longo caminho pela frente’”, disse. “Ainda há um monte de ferramentas que o [Riccardo] Adami (engenheiro de Hamilton) sugere, e eu fico tipo: ‘Nunca tentei isso, o que isso faz?’.”

Hamilton revelou que, na Mercedes, já sabia exatamente o que precisava mudar para extrair mais do carro, enquanto na Ferrari ainda está dependendo bastante do trabalho de sua nova equipe de engenheiros. “Antes, eu entrava e dizia: ‘É isso que eu quero, quero esse ajuste e aquele outro’, mas agora não sei exatamente quais ferramentas usar para chegar no ajuste ideal. Estou confiando muito nos engenheiros, e eles têm feito um ótimo trabalho”, concluiu.

A Ferrari tentará aproveitar a experiência de Hamilton e a familiaridade de Leclerc com o carro para buscar um bom desempenho na corrida. O GP da Austrália acontece neste domingo (16), às 1h da madrugada no horário de Brasília (GMT -3), com cobertura AO VIVO e em TEMPO REAL do F1MANIA.NET.

O F1MANIA.NET acompanha o GP da Austrália ‘in loco’ com o jornalista Rodrigo França.

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