Marcin Budkowski, ex-chefe da Alpine, acredita que a equipe errou ao anunciar Jack Doohan como titular para a temporada de 2025 da Fórmula 1. Em entrevista ao podcast da ‘RacingNews365’, ele explicou que o australiano não teve uma chance real de mostrar o seu potencial.
Doohan foi confirmado no lugar de Esteban Ocon ainda nas férias de verão de 2024, quando o mercado de pilotos ainda estava aberto e nomes como Valtteri Bottas e Kevin Magnussen disponíveis. Ele correu o GP final de 2024 e as seis primeiras etapas de 2025, mas acabou sendo substituído por Franco Colapinto a partir de Ímola.
Essa troca marcou a quarta dupla diferente da Alpine desde 2022, ano em que Fernando Alonso também deixou a equipe. A saída de Alonso e a recusa de Oscar Piastri em aceitar a vaga naquele mesmo ano são fatores que, segundo Budkowski, influenciaram na decisão precipitada com Doohan.
“Acho que o erro da Alpine não foi mudar agora. Foi ter confirmado o Jack cedo demais no ano passado. Eles ainda estavam sofrendo pela saída do Fernando, pelo episódio do Oscar, e quiseram mostrar confiança. A alpine tem uma academia de pilotos, o Jack era o nome mais forte, e quiseram promover alguém da casa, mas não havia necessidade de anunciar naquele momento e mesmo assim anunciaram,” comentou ele.
Budkowski também acredita que não havia risco de perder Doohan para outra equipe. “Eles poderiam ter se dado muito mais tempo. Conversaram com o Carlos (Sainz) durante o inverno, contrataram o Colapinto… foi um ambiente mentalmente muito ruim para o Jack.”
O ex-chefe da Alpine ainda comparou Doohan com outros jovens pilotos. Para ele, Colapinto mostrou um bom desempenho nas nove corridas que fez pela Williams no fim de 2024, e Bearman impressionou ao substituir Sainz na Ferrari e terminar em sétimo na Arábia Saudita.
“Jack teve sua chance, talvez injusta, mas teve. Foram seis corridas. O Colapinto fez nove no ano passado e impressionou, o Bearman brilhou logo na primeira corrida, e o Jack não conseguiu isso. Se ele tivesse impressionado nessas seis corridas — tirando qualquer acordo comercial com Colapinto e seus patrocinadores — provavelmente ainda estaria no carro,” concluiu.