F1: Dispositivo de resfriamento obrigatório para 2026 não funciona, alerta Ocon

Ocon critica novo sistema de resfriamento obrigatório para 2026: “No momento, ninguém consegue usar”

Esteban Ocon afirmou que os novos dispositivos de resfriamento, que serão obrigatórios na Fórmula 1 a partir de 2026, ainda não são viáveis para uso durante as corridas. O piloto da Haas explicou que o design atual da tecnologia dificulta tanto o encaixe no carro quanto o conforto do piloto.

O sistema de resfriamento foi introduzido como opcional para a temporada de 2025 e será integrado de maneira definitiva aos carros em 2026, como parte das novas regulamentações da FIA. O equipamento funciona por meio de um colete vestível que contém tubos para a circulação de fluido refrigerado, ligados a uma unidade instalada no carro.

A FIA estabeleceu que as equipes devem instalar o dispositivo quando a temperatura ambiente atingir 31 graus Celsius, mas Ocon destacou que, no formato atual, ele não é funcional.

“Neste momento, não conseguimos usar o colete de resfriamento. Acho que ninguém consegue. Essa é a realidade,” disse o francês durante os testes no Bahrein.

“O problema são os tubos, que são muito grandes. Eles passam ao redor do corpo, o que até seria aceitável, mas há uma peça do tamanho de uma bola de tênis na lateral, na altura do quadril. Se você coloca ali, machuca com os cintos de segurança. Se coloca na parte de trás, não cabe no assento. Se coloca na lateral, também não cabe no assento. Então, no momento, não funciona para nós ou, pelo menos, não funcionou no meu caso.”

Ocon reforça críticas e diz que solução ainda não é prática
Ocon relatou que outros pilotos também encontraram dificuldades similares e destacou que, enquanto não houver corridas em temperaturas extremas, como as vistas no Grande Prêmio do Catar de 2023, os pilotos devem conseguir competir sem o sistema.

“É bom que a FIA tenha pensado em uma solução e desenvolvido algo. Mas, no momento, eu não consigo usar. Não estou falando pelos outros, mas eu e Ollie (Bearman) não conseguimos.”

O francês reforçou que o problema não é uma questão de preferência pessoal, mas sim de viabilidade.

“Acho bom que o sistema esteja no carro e que possamos adicionar esse peso extra. Se não quisermos usar, não usamos. Mas, neste momento, não podemos usar, então não é como se eu estivesse sendo dramático e me recusando. Pelo contrário, eu gostaria de usá-lo se fosse possível. Mas, do jeito que está agora, simplesmente não encaixa.”

Ocon satisfeito com primeiros passos na Haas
A temporada da Fórmula 1 começa em duas semanas, e Ocon se mostrou satisfeito com seu processo de adaptação à Haas. Nos testes no Bahrein, ele apareceu no top 10 da tabela de tempos apenas na última sessão, após a equipe passar grande parte do programa de testes explorando diferentes estratégias para entender melhor o carro antes do Grande Prêmio da Austrália.

Questionado sobre o potencial da Haas para surpreender os rivais no pelotão intermediário, Ocon manteve a cautela.

“Vamos ver. Até acelerarmos de verdade na classificação em Melbourne, não saberemos se vamos surpreender os outros ou não. Mas o que eu sei é que estamos focando nas coisas certas.”

“Identificamos as fraquezas do carro e também os pontos fortes, e isso é o mais importante para nós. Claro que sempre há curiosidade para ver do que o carro é capaz em relação aos outros, mas esse não é necessariamente o momento certo para isso. Concordo com a equipe e com os objetivos que estão tentando alcançar aqui. Tudo tem seu tempo.”