Automobilismo se abre para diversidade e mulheres começam a buscar caminho para F1

Igualdade, diversidade e inclusão são temas cada vez mais em pauta no mundo, e também no esporte a motor. E apesar de o número de mulheres nas pistas ainda ser esmagadoramente menor que a de homens, a mudança aos poucos começa a ser vista e pensando nisso, o time de apostas esportivas da Betway fez um prognóstico sobre o futuro, além de passar pelo passado.

Algumas categorias internacionais já contam com a presença feminina em seu grid – no DTM, por exemplo, Sophia Flörsch e Esmee Hawkey estiveram na temporada 2021. Entretanto, no caminho para a F1 ainda há a escassez de pilotas para galgar os espaços e passos necessários.

A primeira mulher a estar em uma prova do panteão do automobilismo foi Maria Teresa de Filippis, no longinquo ano de 1958. Depois da italiana, outras quatro competidoras correram, ou tentaram, um GP. Lella Lombardi fez história em 1986 ao ser a primeira, e única, a somar meio ponto na história, enquanto Giovanna Amati, em 1992, foi a última aparição no grid. Portanto, 29 anos sem.

Mas seria mentira dizer que na principal categoria do automobilismo mundial não há mulheres. Grandes exemplos são vistos fora da pista como Ruth Buscombe, engenheira de estratégia sênior na Alfa Romeo, Angela Cullen, braço direito de Lewis Hamilton na Mercedes, ou Chloe-Targett Adams, diretora-global de corridas da F1. Ainda, o certame já contou com duas chefes de equipe: Monisha Kaltenborn, na Sauber, e Claire, na Williams.

Acontece que em diferentes grids ao redor do mundo, diferente da F1, contam com mulheres em seu pelotão. A edição de 2021 das 500 Milhas de Indianápolis, por exemplo, teve a equipe totalmente feminina Paretta Autosport, chefiada por Beth Paretta e com Simone de Silvestro como pilota. Na Extreme E, categoria de SUVs elétricos e irmã da Fórmula E – que tem Susie Wolff como chefe da Venturi, metade do grid é composto por competidoras. Ainda, no passado houve grandes nomes como Sabine Schmitz, Michèle Mouton e Danica Patrick.

Mas afinal, por que há essa disparidade entre homens e mulheres? Os fatores são muitos como, por exemplo, o argumento errôneo de que as pilotas não aguentam a força G, pois são mais fracas. Isso já caiu por terra e até entre astronautas da ISS a proporção de mulheres é maior do que no Automobilismo.

Ainda, há a falta de representatividade, apoio e patrocínios. Quanto menos mulheres, menos oportunidades e, consequentemente, menos marcas querendo representá-las. Por não terem a mesma preparação dos meninos, quando arranjam uma vaga, é em equipes menores e menos competitivas – e, mais uma vez, um motivo a menos para o patrocínio.

Mas aos poucos o cenário vai mudando. Atualmente, a FIA, entidade máxima do esporte, já investe em medidas e iniciativas para a entrada de mais mulheres no mundo do esporte a motor.

Uma delas é o Girls on Track – Rising Stars que, em conjunto com a Ferrari, busca estrelas em ascenção do esporte a motor atrás de uma séria seletiva. Ao final, a campeã ganha uma vaga na Academia de Pilotos da escuderia italiana, além de uma temporada na Fórmula 4 Italiana.

Existe também a W Series. Essa é uma categoria exclusivamente feminina com 20 pilotas em seu grid que além de dividir os finais de semana com a F1 e, assim, dar ainda mais visibilidade para as jovens competidoras, também distribui pontos para a Super Licença – documento necessário para andar na F1.

O caminho a percorrer para as mulheres ainda é bastante longo e cheio de obstáculos. É inegável que os homens ainda estão no foco total do esporte – dentro e fora das pistas. Mas com o assunto cada vez mais em pauta e sob os holofotes, é inegável que é apenas uma questão de tempo até a próxima mulher estar no grid e, por que não, no pódio.