A última etapa da MotoE em 2023 será realizada em Misano neste final de semana, o GP de San Marino. E o piloto Eric Granado termina o ano chateado com a maneira como foi a temporada. Ainda recordista de vitórias da categoria elétrica da MotoGP, com 11 triunfos, ele conquistou apenas um neste ano, que foi condicionado por muitas contusões.
Em jornada dupla, no Mundial de Superbike e no campeonato elétrico, Granado sofreu um acidente sério na etapa da Catalunha do campeonato de motos de produção, que lhe rendeu um edema cerebral e o fez ficar de fora das competições por algumas semanas. Assim, ele perdeu a abertura da MotoE, na França, e iniciou a temporada na Itália longe das melhores condições físicas.
“Foi uma temporada difícil e é importante sempre terminar da melhor forma, enfim ter uma motivação para a off-season – quando você fica se preparando para a temporada seguinte”, iniciou Granado falando do GP de San Marino.
“Aqui é uma pista que sempre fui bem e sempre andei rápido. No ano passado estava bem, terminei com pódio, e sempre tive boas sensações.”
“Falando do ano, a gente comete alguns erros quando estamos em situações ruins. Infelizmente neste ano comecei em desvantagem. A primeira corrida que eu fiz na Itália (não participou da abertura, na França) eu já estava atrás no campeonato, e o pensamento de recuperar pontos acabou me fazendo errar. Um exemplo foi na Alemanha, quando na corrida 1 disputei a vitória – além do que devia, na minha opinião – e caí. Tinha que tentar descontar pontos, não queria me contentar com o segundo posto. Aí foi bem mais complicado depois disso, estávamos muito atrás.”
Granado também chamou atenção para erros coletivos cometidos no método de trabalho com a LCR E-Team.
“Cometemos alguns erros junto com a equipe também, meus e deles. Isso nos fez perder um pouco de performance. Acabou que seguimos muitas vezes o plano de trabalho do ano passado. Nesse ano isso não funciona”, apontou.
“Às vezes chegávamos a uma pista e começávamos o trabalho de um jeito, mas víamos que não era o melhor. Mas na MotoE, já é tarde – não se pode perder tempo.”
“Esse foi o ano que eu mais me machuquei na carreira, nada muito grave físico – claro, tirando o edema (após uma queda na etapa da Catalunha no Mundial de Superbike). Então isso acaba tirando de você aquela confiança para ir atrás daquele extra na performance. Fisicamente não foi fácil também, porque não consegui treinar bem esse ano. Desde que comecei a MotoE em Mugello tive três semanas livres, isso desde junho até setembro. Todas as outras semanas eu corri, com lesões e quedas no caminho.”
“A queda que tive no treino em Barcelona não foi culpa minha, e isso machucou também minha confiança, porque foi forte. Depois na corrida tinha um acerto que não funcionava. Ainda estou com dores no pescoço e na perna, mas vamos tentar acabar o ano da melhor forma. Depois temos uma semana de folga e duas corridas de Superbike. Só em novembro posso descansar.”
Para o futuro, Granado diz que irá avaliar as possibilidades, mas não descarta outra temporada em jornada dupla na MotoE e no Mundial de Superbike.
“Se eu tiver a possibilidade de seguir com pacotes competitivos nos dois campeonatos, eu continuaria. Um projeto que não é competitivo não me interessa”.
“Estamos trabalhando para seguir em projetos que eu possa ter destaque e resultados. Tenho potencial para mais no Mundial de Superbike, por exemplo, posso fazer melhor lá.”
Nesta quinta-feira, a MotoE realizou treinos extras com novos compostos de pneus da Michelin como preparação para o ano que vem. Os pneus dianteiros e traseiros testados são mais duros visando manter a performance durante a prova após as motos terem se tornado mais pesadas neste ano com a chegada da Ducati como fornecedora oficial.
O F1Mania.net cobre o GP de San Marino da MotoGP neste fim de semana.