Setor 2 em Silverstone: por que Norris foi imbatível

O primeiro dia de atividades em Silverstone confirmou a expectativa de equilíbrio entre as principais forças da temporada, mas também evidenciou a força específica da McLaren no traçado britânico. Correndo diante de sua torcida, Lando Norris liderou a sexta-feira ao anotar 1min25s816 no segundo treino livre — sendo o único piloto a rodar abaixo de 1min26s e o mais rápido nos três setores da pista.

A análise detalhada da volta de Norris mostra que a McLaren se destacou principalmente no segundo setor do circuito, onde concentrou a maior parte da vantagem sobre os rivais. Esse trecho, que abrange a Copse (Curva 9) além a icônica sequência de curvas de alta velocidade Maggots (10), Becketts (12) e Chapel (14), exige alto nível de downforce, estabilidade lateral e eficiência aerodinâmica contínua. Foi exatamente nesse ponto que o MCL39 sobrou. A combinação de equilíbrio no chassi, respostas rápidas em mudança de direção e boa leitura de asfalto rendeu a Norris um tempo significativamente mais rápido que os carros da Mercedes e da Red Bull, que ficaram mais próximos apenas nos setores 1 e 3.

Silverstone, com seus 5.891 metros, é um circuito dividido de forma bastante clara em três demandas técnicas. O primeiro setor, que inclui Abbey (1), Farm (2) e Village (3), recompensa estabilidade em frenagem e tração em curvas de baixa e média velocidade. O segundo setor, o mais fluido e técnico, exige precisão extrema em mudanças rápidas de direção — ponto forte da McLaren. Já o terceiro setor, com curvas como Stowe (15), e Club (17), demanda eficiência na desaceleração e boa tração em saídas longas de curva.

Gabriel Bortoleto (BRA) Sauber C45.
Foto: XPB Images

A Ferrari apresentou uma sexta-feira competitiva e ocupa uma posição promissora. Charles Leclerc e Lewis Hamilton terminaram o TL2 em segundo e terceiro, respectivamente, aproveitando as boas respostas do novo assoalho introduzido em Spielberg e que volta a ser usado neste fim de semana. A peça, parte do programa de desenvolvimento do SF-25, visa melhorar o controle de fluxo de ar sob o carro — e já mostrou efeito nas simulações de classificação. A equipe italiana se manteve próxima nos setores 1 e 3, mas perdeu tempo justamente no segundo setor, onde a McLaren foi imbatível.

Oscar Piastri também teve desempenho sólido e encerrou a sessão em quarto, consolidando o domínio técnico da McLaren em Silverstone até aqui. Max Verstappen fechou o top-5, mas com limitações visíveis do RB21 nas sequências de alta velocidade. A Red Bull tem concentrado esforços em melhorar o equilíbrio aerodinâmico do carro, mas o segundo setor segue sendo um calcanhar de Aquiles — ponto onde Verstappen perdeu mais tempo em relação a Norris.

A Mercedes teve um início discreto. George Russell e Kimi Antonelli não conseguiram acompanhar o ritmo das rivais, e os dados apontam perda de tempo justamente no setor 2. A equipe deve apostar em condições de pista mais frias no domingo para melhorar a performance do W16, especialmente com os compostos mais duros.

Gabriel Bortoleto teve mais um dia consistente na Sauber. Sem buscar tempos de volta rápida, o brasileiro concentrou seu trabalho em ritmo de corrida, utilizando pneus médios com tanque cheio. Após pontuar na Áustria, Bortoleto e a equipe suíça trabalham com cautela, mas esperam aproveitar qualquer brecha estratégica ou climática para avançar no pelotão intermediário.

O equilíbrio visto nas simulações de corrida e os trechos em que cada carro se sobressai apontam para uma classificação muito disputada neste sábado. Com o clima sempre imprevisível em Silverstone e os setores cobrando habilidades distintas, o GP da Inglaterra deve seguir seu curso como mais um capítulo técnico, emocional e histórico da temporada 2025.

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