Russell endurece o tom: “Banimento de Verstappen na F1 não seria injusto”

Às vésperas do Grande Prêmio do Canadá de Fórmula 1, George Russell voltou a comentar sobre o incidente com Max Verstappen na Espanha e afirmou que uma eventual suspensão do holandês não seria injusta, caso ele siga adotando uma postura excessivamente agressiva nas disputas de corrida. O piloto da Mercedes ressaltou que o sistema de pontos de penalidade existe justamente para coibir esse tipo de comportamento recorrente e que Verstappen, agora com 11 pontos acumulados, está a apenas um de cumprir uma corrida de suspensão automática.

O embate entre os dois aconteceu na parte final do GP da Espanha, quando Verstappen, visivelmente irritado com o andamento da prova e a posição em que se encontrava, acertou a lateral do carro de Russell em uma manobra considerada proposital pelos comissários. Na ocasião, o britânico evitou alimentar a polêmica e disse que não se sentia incomodado com o contato, principalmente por ter saído beneficiado do episódio. A narrativa, no entanto, ganhou outro tom nesta sexta-feira (13), com Russell admitindo que, se Verstappen ultrapassar o limite dos 12 pontos, seria consequência natural do seu próprio estilo de pilotagem.

“Se ele chegar aos 12 pontos, não seria injusto”, afirmou o britânico em entrevista à Sky Sports. “Esses pontos de penalidade estão aí por um motivo. Se você continuar pilotando de forma imprudente, vai acumulando pontos até ser punido. Está nas mãos dele.”

Russell evitou acusar Verstappen de ter causado deliberadamente um acidente, mas deixou claro que, em sua visão, o atual tricampeão mundial tentou empurrá-lo para fora da pista. “Ele não quis bater em mim de propósito, mas quis me intimidar. Só que errou na execução. Não me assustou, só me pegou de surpresa mesmo”, disse.

O episódio em Barcelona não é um caso isolado. Os dois pilotos já protagonizaram outros momentos de tensão em pista ao longo dos últimos dois anos, e o histórico contribui para o clima de atenção redobrada entre as equipes. A própria Red Bull, segundo revelou a imprensa britânica, teria advertido Verstappen internamente para que evitasse novos incidentes, especialmente com o risco iminente de suspensão que paira sobre ele.

Apesar de não estar diretamente na briga pelo título – ele aparece 49 pontos atrás de Oscar Piastri, líder do campeonato – Verstappen chega ao Canadá pressionado por resultados e pelo comportamento. A sexta-feira em Montreal já mostrou que a Red Bull não teve um dia dominante: foi bem com Verstappen no TL1, mas apagada no TL2, enquanto a Mercedes brilhou com Russell e a McLaren manteve-se estrategicamente discreta. Em um grid onde os 16 primeiros ficaram separados por menos de um segundo na segunda sessão, qualquer decisão de corrida, disputa de espaço ou erro de julgamento pode custar caro – inclusive em forma de punições disciplinares.

Russell, por sua vez, minimizou qualquer ressentimento com o adversário, afirmando que a situação acabou sendo mais favorável para ele do que para Verstappen. “Não espero desculpas. O que ele fez acabou custando a ele e me beneficiando. Na verdade, eu deveria até agradecê-lo. Mas admito que fiquei surpreso por ele ter assumido o erro, mesmo que só depois”, completou o piloto da Mercedes.

Christian Horner, chefe da Red Bull, confirmou que Verstappen se desculpou com a equipe em privado, reconhecendo o erro na manobra. Resta saber se essa autoconsciência será suficiente para impedir novos incidentes. Com o GP do Canadá em curso e o GP da Áustria logo na sequência, o holandês terá que manter uma postura mais controlada se quiser evitar uma suspensão – algo inédito em sua carreira, mas que neste momento, pela primeira vez, não parece ser apenas uma hipótese distante.

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