Rob Marshall, o experiente engenheiro que desempenhou um papel de extrema importância nos anos de glória da Red Bull Racing, surge agora como uma das figuras centrais por trás da notável evolução da McLaren na Fórmula 1. Em uma entrevista ao GPblog, o britânico compartilhou sua satisfação com o atual momento da equipe de Woking.
A saída de Marshall da Red Bull em 2023 foi inicialmente minimizada pelo chefe da equipe, Christian Horner, que na época argumentou que a estrutura interna possuía talentos suficientes e que o sucesso não dependia de um único indivíduo. Horner também mencionou que Marshall não estava envolvido no dia a dia da equipe de F1 há algum tempo.
No entanto, desde a chegada de Marshall à McLaren, a equipe britânica tem demonstrado um progresso impressionante, transformando-se de uma equipe do meio do grid em uma referência na categoria em cerca de um ano e meio. Essa ascensão coincide com a integração de Marshall, levantando questionamentos sobre uma possível causalidade.
Para o próprio Marshall, o ambiente de trabalho atual é motivo de grande satisfação. “Amo cada dia do meu trabalho, até os dias ruins são bons”, disse o chefe de design sobre sua função na McLaren. Ele descreve o trabalho como um ‘desafio criativo’ que envolve solucionar problemas, gerar ideias e colaborar com a equipe para identificar as melhores soluções.
Apaixonado por engenharia em geral, Marshall teve uma trajetória profissional curiosa. Após seus estudos, trabalhou na indústria aeroespacial, na Rolls-Royce, antes de migrar para a Fórmula 1. A mudança, inicialmente motivada por uma melhor remuneração, o levou a passagens por Ferrari e Benetton antes de um longo e vitorioso período na Red Bull.
Quando chegou na McLaren, Marshall encontrou uma equipe em um processo de transformação interna que já estava em andamento. “Então eu pensei: ‘Bem, vai ser um grande trabalho quando eu chegar lá’. E então eu os observei nos nove meses seguintes pensando: ‘Isso está ficando mais fácil. Está ficando cada vez mais fácil’,” afirmou.
Ele credita a ascensão da McLaren a mudanças de atitude e princípios dentro da organização, visando extrair o melhor de cada membro da equipe, independentemente da hierarquia, e a uma cultura de honestidade e busca por evolução contínua. “Eles fizeram isso, sem criar muito atrito, eles simplesmente transformaram essa empresa em algo que agora é uma equipe de F1 que busca performance de verdade, onde todos estão literalmente totalmente a bordo. A atmosfera no escritório de design é brilhante e ao redor da fábrica em geral, as pessoas riem, sorriem.”
Modesto, Marshall minimiza sua contribuição individual, destacando a importância de um processo colaborativo onde as melhores ideias prevalecem. Ele destaca a qualidade dos designers da McLaren e a atmosfera positiva na equipe, mesmo antes da recente melhora de performance. “Acho que meio que contribuí, espero que sim, mas não se trata realmente de contribuições individuais, e na verdade trata-se de transformar coisas e não escolher sua ideia, mas escolher as melhores ideias”, acrescentou.
Sobre a impressionante evolução da McLaren nos últimos dois anos, Marshall acredita que sua chegada não marcou uma mudança repentina, mas sim deu continuidade a uma trajetória positiva que já estava em curso. “Acho que a trajetória da evolução do desempenho da McLaren nos últimos dois anos é bastante linear. Não acho que haja uma mudança repentina com base na minha chegada em janeiro. Nada disso. Tudo seguiu nessa direção. Já estava indo no caminho certo. Eu não estraguei, o que me deixa feliz!”, encerrou Marshall sorrindo.