F1: Wolff e Wheatley avaliam desempenho, pilotos e futuro da categoria

A Fórmula 1 vive um momento decisivo antes da introdução do novo regulamento em 2026, e os chefes de equipe usaram a coletiva desta sexta-feira (28) no Red Bull Ring, palco do GP da Áustria, para discutir temas que vão desde o desenvolvimento dos pilotos até o impacto das mudanças técnicas. Toto Wolff (Mercedes), Jonathan Wheatley (Sauber) e Laurent Mekies (Racing Bulls) falaram abertamente sobre suas equipes, estratégias e até rumores envolvendo o futuro de Max Verstappen.

Wolff começou abordando a liderança de George Russell no TL1 desta sexta. Embora o resultado tenha animado os torcedores da Mercedes, o chefe da equipe preferiu manter o tom cauteloso. “Esse circuito não costuma favorecer nosso carro, e as condições frias ajudaram. Precisamos ver como o desempenho se sustenta com temperaturas mais altas”, afirmou.

Quando o assunto foi Kimi Antonelli, Wolff elogiou o progresso do jovem piloto após o pódio no GP do Canadá. “Ano passado talvez tenhamos errado ao colocá-lo sob pressão em Monza. Agora, demos a ele espaço para crescer. O pódio mostra que ele tem velocidade e potencial para ser campeão”, disse.

F1: Wolff e Wheatley avaliam desempenho, pilotos e futuro da categoria
Foto: XPB Images

Já sobre Russell, o austríaco foi direto: “Ele não precisa provar mais nada. Faz parte do nosso programa há mais de dez anos e sempre entregou. Se não demos um carro vencedor, isso é culpa nossa. As vezes que pôde, ele venceu”, garantiu. Questionado se o britânico é prioridade para 2026, Wolff respondeu: “Claro. Ele é vencedor com a Mercedes e um dos pilares da equipe”.

A especulação sobre uma possível negociação com Max Verstappen também foi tema. Russell havia sugerido que as conversas com o holandês estariam atrasando sua renovação. Wolff evitou dar detalhes, mas confirmou que “em uma organização transparente como a nossa, todos exploram possibilidades. Isso não muda minha visão sobre George ou Kimi”.

Jonathan Wheatley, representante da Sauber, também comentou os avanços recentes da equipe, que vem somando pontos em circuitos bem distintos. “O trabalho iniciado pelo Mattia há quase um ano está rendendo frutos. As peças novas têm funcionado, e os pilotos estão mais confiantes”, analisou.

Sobre os novos componentes testados no TL1, como extremidades de assoalho e asa traseira, Wheatley foi cauteloso: “Ainda estamos analisando os dados, mas o sentimento é positivo”.

Ao falar de Nico Hülkenberg, destacou sua consistência: “Ele é completo. Profissional, equilibrado e está curtindo o momento na Sauber. Mesmo no Canadá, onde não esperávamos um bom resultado, ele entregou”. Quanto a Gabriel Bortoleto, o dirigente reconheceu o crescimento do brasileiro: “Ele está muito próximo. A cada marco – seja um ponto ou uma boa classificação – vemos a confiança crescer. O desempenho no TL1 foi limpo, com excelente retorno para os engenheiros”.

Laurent Mekies, da Racing Bulls, comentou o desempenho abaixo do esperado no Canadá, interrompendo uma sequência de três provas nos pontos. “Faltou um ou dois décimos. No pelotão intermediário, isso é a diferença entre pontuar e ficar para trás. Ainda assim, aprendemos muito e vamos usar isso para avançar”, explicou.

Isack Hadjar (FRA) Racing Bulls VCARB 02.
Foto: XPB Images

Ele também elogiou o desempenho de Isack Hadjar nas classificações: “Quatro Q3 consecutivos. Ele chegou com pouca experiência em F1, mas tem velocidade natural e se adaptou rápido à equipe. Agora, nosso papel é garantir que ele continue evoluindo”.

Outro tema discutido foi o regulamento de 2026. Wolff destacou que “a Fórmula 1 precisa entregar corridas boas e manter sua essência de alto desempenho”. Sobre a preocupação de alguns pilotos com os novos carros nos simuladores, afirmou: “Estamos em uma era diferente, mas a inovação na F1 é constante. Acredito que estamos no caminho certo, mesmo que alguns traçados apresentem desafios maiores com as novas regras”.

Wheatley complementou dizendo que é essencial que os carros ofereçam espetáculo. “As preocupações com gerenciamento de energia surgiram também no início do atual regulamento, e veja onde estamos agora: num dos campeonatos mais equilibrados da história”, afirmou. Mekies reforçou que é cedo para pessimismo e que os pilotos serão fundamentais no desenvolvimento dos novos carros.

Por fim, Wolff comentou sobre as recentes manifestações da Red Bull em protestos, como no Canadá. “Protestar é legítimo, mas alguns casos beiram o exagero. Se perderem, que isso custe caro e gere reflexão. Acredito que a FIA está avaliando esse tipo de multa como forma de desestimular ações frívolas”, concluiu.

Com o fim de semana do GP da Áustria em andamento, os bastidores da Fórmula 1 seguem tão intensos quanto a disputa nas pistas, especialmente com o futuro das grandes equipes ainda indefinido para 2026.

🎥 Vídeos mais recente


Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.