Jonathan Wheatley, chefe da Sauber e ex-diretor esportivo da Red Bull Racing, discordou publicamente das críticas feitas por Christian Horner, chefe da Red Bull, à direção de prova após o GP da Espanha de Fórmula 1. Para Wheatley, é preciso considerar a pressão sob a qual os comissários trabalham antes de questionar suas decisões.
Durante a etapa em Barcelona, um problema técnico com Kimi Antonelli nos momentos finais da corrida desencadeou uma série de pit stops estratégicos, enquanto o safety car estava na pista. Enquanto os carros da McLaren saíram com pneus macios, Max Verstappen voltou à pista com compostos duros, uma escolha que o holandês contestou pelo rádio. Pouco depois, o incidente entre ele e George Russell gerou polêmica, quando o holandês jogou seu carro para cima do Mercedes de Russell. Horner sugeriu que a falta de clareza por parte da direção de prova contribuiu para o desentendimento na pista.
Segundo Horner, a orientação sobre devolver ou não a posição poderia ter evitado o conflito. “Antes, eu recebia algum tipo de orientação. Agora, isso se tornou algo subjetivo para as equipes. Não sei se vale a pena tentar contato com a direção de prova, você simplesmente não tem resposta,” afirmou o chefe da Red Bull.
Wheatley, no entanto, tem uma visão diferente. “Nos dezenove anos em que atuei como diretor esportivo na Red Bull, aprendi a compreender a pressão que a direção de prova enfrenta. É preciso se colocar no lugar deles. Nem sempre aquele é o único incidente a ser analisado, principalmente depois da primeira volta, quando muita coisa acontece,” disse o britânico.
Ao ser questionado se compartilha da frustração de Horner, Wheatley foi direto: “Não acompanhei a corrida dele de perto, então não sei exatamente a que ele se refere. Mas como eu disse, passo muito tempo tentando entender o contexto e saber se vou ou não receber uma resposta”, acrescentou.
Desde que assumiu o cargo na Sauber, Wheatley está afastado da comunicação direta com a FIA durante as corridas, e ao que tudo indica, isso não lhe faz falta. “É até bom não estar mais envolvido. Foram anos lidando com a FIA em tempo real. Agora, posso focar em agregar valor à equipe de outras formas. Estou gostando muito dessa nova função”, completou.