Gabriel Bortoleto terminou na última posição no GP da Arábia Saudita de Fórmula 1, após uma escolha estratégica incomum por parte da Sauber. O piloto brasileiro iniciou a corrida com pneus médios e parou logo na segunda volta, durante a entrada do safety car provocado por um acidente entre Yuki Tsunoda e Pierre Gasly. A partir daí, Bortoleto completou 48 voltas com um único jogo de pneus duros, algo que surpreendeu até mesmo Lando Norris, piloto da McLaren.
Jonathan Weathley, chefe da Sauber, explicou a lógica por trás da abordagem adotada: “Dividimos a estratégia entre os pilotos, achamos que isso provavelmente daria à equipe a melhor chance de obter um bom resultado, dependendo se teríamos um safety car no início ou mais tarde na prova”. Segundo ele, desde o início a equipe acreditava que os compostos duros eram a melhor opção para o brasileiro. “Gabi não tinha a mesma quantidade de pneus que os outros, então achamos que foi a estratégia certa para ele”, afirmou.
Além da tática ousada, Bortoleto enfrentou um final de semana complicado em Jeddah. Ele perdeu o segundo treino livre por conta de um problema no carro e também teve contratempos durante a sessão de classificação. Weathley reconheceu que a equipe falhou em oferecer as condições ideais para o jovem piloto: “Quantas vezes você já viu um piloto jovem tentando se adaptar a um circuito de rua realmente complicado? Não demos a ele uma chance justa, nada disso foi responsabilidade dele”, acrescentou.
O dirigente ainda destacou o comprometimento de Bortoleto, elogiando sua postura apesar dos desafios: “Passei dez minutos com ele depois da corrida, que foi bastante difícil e um pouco solitária. Sua ética de trabalho é excepcional. Ele fez uma estratégia de 48 voltas com pneu duro. Estávamos esperando um safety car mais tarde para salvar o dia, mas não aconteceu. Mesmo assim, ele está tremendamente comprometido”, concluiu Weathley.