Um dos clubes fundadores da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) lançou um duro ataque contra o presidente Mohammed Ben Sulayem, acusando suas propostas de reforma de ameaçarem a credibilidade da instituição. O alerta foi feito pelo ÖAMTC (Clube Automobilístico e Turístico da Áustria) dias antes de uma decisiva reunião da Assembleia Geral da FIA em Macau, onde as mudanças serão votadas.
Em carta enviada aos membros do Conselho Mundial para Mobilidade Automotiva e Turismo (WCAMT), o ÖAMTC afirmou que a FIA já sofre com “repetidos erros de governança” e que as novas medidas podem agravar a crise: “Danos à credibilidade da FIA já ocorreram devido a falhas repetidas na governança. Isso não é uma anomalia, mas sim um sintoma de um sistema que não funciona por falta de debate interno. A reputação da FIA perante outras organizações internacionais está em risco por causa desses erros autodestrutivos.”
O clube austríaco pede que os membros da FIA rejeitem as mudanças ou adiem a decisão para que seja feita uma análise mais aprofundada. O texto ainda sugere que as alterações podem beneficiar indiretamente uma possível reeleição de Ben Sulayem em dezembro de 2025, já que uma das propostas é antecipar o prazo de candidatura de campanhas.
“Se há o mínimo risco de essas mudanças favorecerem a atual administração, e não a FIA como um todo, elas não devem ser aprovadas”, diz a carta. “Há tempo suficiente para uma discussão mais cuidadosa. Se forem realmente necessárias, ainda poderão ser votadas após as próximas eleições.”
Recentemente, porém, Ben Sulayem recebeu apoio de cerca de 37 federações do continente americano, incluindo países como Brasil e Canadá. Ainda não se formou uma oposição concreta contra o emiratense, já que nenhuma candidatura foi oficializada.