F1: Pneus duros, desafios clássicos e mudanças técnicas para o GP da Espanha

Barcelona volta a ser o palco onde desempenho e estratégia se encontram, com os compostos mais rígidos da Pirelli retornando à cena

O circuito de Barcelona-Catalunha, um dos palcos mais tradicionais da Fórmula 1 moderna, recebe neste fim de semana a segunda etapa da rodada tripla da temporada 2025. Conhecida por sua exigência técnica e por oferecer um verdadeiro teste de fogo para carros e pilotos, a pista catalã também marca o retorno dos pneus mais duros da gama Pirelli, após duas etapas consecutivas com os compostos mais macios.

Mas este não será apenas mais um GP da Espanha. A corrida traz à tona variáveis cruciais para o campeonato: uma nova diretriz técnica da FIA sobre a flexibilidade das asas entra em vigor, e as equipes — tradicionalmente — apresentam atualizações significativas nesta etapa. Soma-se a isso o fato de que Montmeló segue sendo um circuito vital para testes de pneus, mesmo com as restrições impostas à pré-temporada.

Curvas exigentes exigem compostos resistentes
Para enfrentar as 66 voltas do traçado de 4,657 km, a Pirelli optou pelo trio mais resistente de sua linha: C1 (Duro), C2 (Médio) e C3 (Macio). Todos foram revistos para a temporada, com especial atenção ao C2, tornando os degraus de performance mais proporcionais. A expectativa, portanto, é que os compostos Médio e Macio sejam os preferidos para a corrida, oferecendo o equilíbrio ideal entre aderência e durabilidade.

“Barcelona impõe uma carga significativa nos pneus, especialmente no dianteiro esquerdo, devido à predominância de curvas rápidas para a direita, como a 3 e a 9”, explica a Pirelli. É essa severidade que justifica o uso dos compostos mais duros — uma escolha baseada não só na performance esperada, mas também na necessidade de segurança e consistência em um circuito historicamente abrasivo.

Ponto de virada para estratégias
Desde 2023, quando a pista voltou a utilizar sua configuração original — eliminando a chicane lenta antes da última curva — a dinâmica da corrida mudou. O trecho final mais fluido favorece velocidades mais altas na reta dos boxes, tornando o desgaste dos pneus ainda mais relevante na equação estratégica. Em 2024, a maioria dos pilotos optou por duas paradas e utilizou todos os três compostos, evidenciando o quanto a gestão dos pneus será novamente determinante.

E para quem gosta de história, vale lembrar: foi em Barcelona que Max Verstappen conquistou sua primeira vitória na F1, em 2016, e onde Michael Schumacher e Lewis Hamilton somam seis vitórias cada, recordes absolutos no GP da Espanha.

Leituras da pista: microrrugosidade e macrorrugosidade em foco
A preparação da Pirelli para um fim de semana de GP começa muito antes da luz verde. A cada etapa, engenheiros da fornecedora fazem uma análise meticulosa da superfície do asfalto, utilizando imagens 3D para aferir os níveis de aderência. Dois conceitos são centrais nessa leitura: a *microrrugosidade*, que mede a aspereza dos grânulos da camada superior, e a *macrorrugosidade*, que analisa as imperfeições visíveis na superfície.

Esses dados alimentam modelos de simulação cada vez mais sofisticados, que ajudam a prever o comportamento dos pneus e definir estratégias com maior precisão. “Uma superfície muito lisa ou com grânulos pouco agressivos pode parecer ideal, mas nem sempre oferece o nível de aderência necessário para extrair o máximo dos pneus”, observa um dos engenheiros da marca.

Testes pós-GP: de olho no futuro
A Pirelli também aproveita a ocasião para dar continuidade ao desenvolvimento dos pneus para a próxima temporada. Nos dias 3 e 4 de junho, após o GP, será realizado um novo teste no circuito catalão. Mercedes, Racing Bulls e Red Bull estarão envolvidas nessa fase de avaliação, crucial para definir as características dos futuros compostos.

Você acompanha todas as informações do GP da Estapanha, que acontece entre os dias 30 de maio e 1º de junho, no F1Mania.net.

🎥 Vídeos mais recente