Recém-integrado à Aston Martin, Adrian Newey identificou um problema estrutural que pode comprometer o desempenho da equipe pelos próximos dois anos. Em entrevista durante o final de semana do GP de Mônaco de Formula 1, o renomado engenheiro e projetista apontou o simulador como uma das principais fraquezas da equipe de Silverstone.
“É justo dizer que algumas de nossas ferramentas são frágeis, especialmente o simulador”, afirmou Newey ao site The Race. O equipamento é uma das ferramentas mais importantes no desenvolvimento dos carros de Fórmula 1, tanto para projetos futuros quanto para a preparação específica de cada fim de semana de corrida.
O problema, segundo ele, está na falta de correlação entre os dados gerados no simulador e o comportamento real do carro nas pistas. “Há um descompasso, e isso é uma desvantagem. Difícil dizer o quanto isso nos prejudica, mas é significativo”, afirmou.
Newey detalhou que o simulador é utilizado de duas formas: “Uma como ferramenta de pesquisa, na concepção do carro do próximo ano e na integração de modelos, e outra no desenvolvimento do acerto do carro para as corridas”. Quando os dados não refletem com precisão o que ocorre na pista, toda a preparação técnica da equipe é comprometida.
A Aston Martin começou 2024 com força, conquistando oito pódios, mas perdeu rendimento ao longo do ano e segue enfrentando dificuldades em 2025. A equipe frequentemente chega aos circuitos sem que os dados de simulação representem fielmente as condições encontradas, o que limita a capacidade de reação da equipe.
Newey foi direto ao apontar a gravidade da questão: “Você pode ter o melhor sistema de movimento do mundo, mas se não houver modelagem de qualidade e correlação com os modelos aerodinâmico, de pneus e afins, ele não serve para nada”, acrescentou.
O britânico acredita que, se não resolvido, o problema pode comprometer os planos da Aston Martin de se tornar uma equipe de ponta até a nova era de regulamentos da Fórmula 1 em 2026. “Pode levar até dois anos para corrigirmos isso. Se persistir, talvez só estejamos prontos em 2027”, encerrou o experiente projetista.
O F1MANIA.NET acompanha o GP de Mônaco ‘in loco’ com o jornalista Rodrigo França.