F1: Meta da Pirelli é aproximar pneu de chuva do desempenho do intermediário

Os pneus de chuva extrema da Fórmula 1, reconhecidos pelas faixas azuis em sua lateral, podem ter capacidade para deslocar até 85 litros de água por segundo em alta velocidade, mas na prática, quase nunca são usados nas corridas. Isso ocorre porque as condições em que seriam realmente úteis frequentemente levam à interrupção da prova por bandeira vermelha, tornando-os ‘inúteis’ na maioria das situações.

Para mudar esse cenário, a Pirelli vem investindo no desenvolvimento de uma nova geração de compostos para 2026, com o objetivo de tornar os pneus de chuva mais funcionais em corrida, e não apenas atrás do safety car. Recentemente, a fabricante italiana realizou testes no circuito de Fiorano com Charles Leclerc e Zhou Guanyu, utilizando carros adaptados para simular as cargas esperadas nos modelos do próximo regulamento técnico.

“O pneu intermediário já está praticamente definido para 2026. Agora, precisamos validar algumas soluções para o pneu de chuva extrema”, explicou Mario Isola, diretor de automobilismo da Pirelli. “A ideia é mover o ponto de transição entre o intermediário e o de chuva para uma condição diferente da atual, tornando o pneu de chuva extrema mais utilizável, não apenas atrás do safety car, mas como um pneu de corrida de verdade.”

Ainda que Isola reconheça que a questão da visibilidade nas corridas molhadas, um dos principais motivos para bandeiras vermelhas, não será resolvida com essas mudanças, mas ele acredita que os novos compostos estão em um bom caminho.

Em 2025, a Pirelli introduziu uma nova especificação para o pneu de chuva, com compostos menos sensíveis à temperatura e uma banda de rodagem redesenhada para reduzir a movimentação lateral. Mesmo assim, os testes não foram suficientes para alcançar o desempenho esperado. A meta da fabricante é que o pneu de chuva comece a ser competitivo em um ponto de transição mais próximo ao do intermediário.

F1: Meta da Pirelli é aproximar pneu de chuva do desempenho do intermediário
Foto: Divulgação / Pirelli

Atualmente, o chamado ‘ponto de crossover’, quando o desempenho de um pneu supera o do outro em condições mistas, do composto de chuva está em 118% do tempo de volta em pista seca. A Pirelli pretende reduzir esse número para 116% ou até 115%, o que significaria que o pneu de chuva começaria a ser viável em condições menos extremas.

“Sabemos que o problema do pneu de chuva extrema é a visibilidade”, afirmou Isola. “Não vamos conseguir resolver isso, mas em termos de performance, tanto o intermediário quanto o de chuva agora estão num bom nível”, concluiu.

Com o novo regulamento técnico previsto para 2026 e a introdução de carros completamente redesenhados, a Pirelli busca garantir que todos os compostos estejam à altura dos desafios da nova era da Fórmula 1, incluindo finalmente, dar um uso mais efetivo ao pneu que até hoje poucos pilotos ousam utilizar.

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