A Ferrari voltou a mostrar competitividade na Fórmula 1 2025, mas Charles Leclerc deixou o GP da China frustrado com as circunstâncias que impediram um melhor resultado neste domingo (23). O monegasco terminou em quinto lugar após perder a posição para Max Verstappen nas voltas finais, mas revelou que carregou um dano aerodinâmico significativo desde o início da corrida em Xangai, causado por um toque com seu companheiro de equipe, Lewis Hamilton.
A colisão aconteceu ainda na primeira volta, quando os dois carros vermelhos se encontraram na saída da curva 3. Leclerc teve a aleta esquerda da asa dianteira arrancada no incidente, comprometendo o desempenho do carro ao longo de toda a prova. Apesar disso, ele manteve um ritmo competitivo, conseguiu andar à frente de Hamilton durante quase toda a corrida e apenas cedeu o quarto lugar ao piloto da Red Bull nas voltas finais.
“Honestamente, não foi culpa do Lewis, de maneira nenhuma”, declarou Leclerc. “Tentei posicionar o carro para a curva 3 e ele não me viu. Eu não esperava que ele fosse retornar, já que estava por fora. No fim das contas, foi um incidente de corrida.”
O piloto da Ferrari destacou que incidentes como esse fazem parte do esporte e lamentou apenas que tenha ocorrido entre companheiros de equipe. “Não é a primeira e não será a última vez que isso acontece. É uma pena que tenha sido entre os dois carros vermelhos, mas obviamente não houve má intenção. Foi um fato infeliz, e é claro que me custou muito pelo resto da corrida.”
Mesmo com o dano, Leclerc optou por não trocar a asa dianteira, estratégia que poderia ter custado cerca de oito segundos a mais no pit-stop. Segundo ele, a perda de tempo o colocaria atrás de rivais difíceis de ultrapassar, especialmente considerando o comprometimento do carro em curvas específicas.
“Estamos falando de uma perda muito grande no meu carro. Havia potencial para fazer muito melhor. Não queríamos perder os 8s trocando a asa porque eu teria de ultrapassar outros carros. Estávamos muito mal na curva 12, o que nos deixava vulneráveis aos carros de trás”, explicou.
O piloto também estimou o prejuízo aerodinâmico em cerca de 30 a 40 pontos de carga, número que teve impacto direto em seu desempenho. Ainda assim, Leclerc destacou que as modificações feitas no carro após os treinos de sábado surtiram efeito, proporcionando uma pilotagem mais confortável durante o domingo.
“Claro que teve impacto na minha corrida. Mas fiquei mais confortável com o carro hoje, depois das mexidas que fizemos ontem.”
Por fim, Leclerc reforçou que a Ferrari ainda não conseguiu mostrar todo o seu potencial nesta temporada. Assim como no GP da Austrália, o monegasco acredita que a equipe tem ritmo para brigar mais à frente, mas esbarrou em contratempos nas duas primeiras etapas.
“Mais uma vez, estávamos com 40 pontos a menos de carga aerodinâmica e não acho que conseguimos mostrar nosso verdadeiro ritmo hoje”, avaliou. “E isso é uma pena, porque as distâncias, mais uma vez, estavam muito pequenas. Mas é assim que as coisas são.”
Com os cinco pontos conquistados em Xangai, Charles Leclerc chega a 18 no Mundial de Pilotos, empatado com Andrea Kimi Antonelli e logo à frente de Lewis Hamilton, seu companheiro na Ferrari. A Fórmula 1 retorna daqui duas semanas, entre os dias 4 e 6 de abril, com o GP do Japão no tradicional circuito de Suzuka.