F1: Frentzen fala sobre oportunidades perdidas na McLaren e na Williams

A carreira de Heinz-Harald Frentzen na Fórmula 1 poderia ter sido diferente, muito diferente. O piloto alemão revelou em entrevista ao podcast Beyond the Grid, que duas decisões impactantes em sua trajetória, uma piada mal contada para Ron Dennis (ex-chefe da McLaren) e sua lealdade à Sauber, o afastaram de duas grandes oportunidades, uma na McLaren e outra na Williams.

Em 1994, Frentzen estreou na F1 pela Sauber, impressionando logo no início com bons resultados. Com a chegada da Mercedes à McLaren como fornecedora de motores para a temporada seguinte, parecia natural que o alemão, com seu histórico na marca, fosse considerado pelo time britânico. Mas durante uma reunião com Ron Dennis, um ‘senso de humor ácido’ de Frentzen, como ele mesmo define, teria lhe custado a vaga.

“Sabe por que nunca tive uma chance na McLaren?”, questionou Frentzen. “Em Adelaide, em 1994, meu empresário me chamou. Todas as equipes da F1 estavam celebrando o fim da temporada e então recebi uma ligação dizendo que Ron Dennis queria me ver. Ele me perguntou: ‘Hey, Heinz, como está seu inglês?’ Eu disse ‘Pode haver alguma melhora no meu inglês’ e então, para me divertir, brinquei: ‘E como está o seu alemão?’, porque sabíamos que a Mercedes estava indo para a McLaren. ‘Você também tem que aprender alemão’, falei para Ron. Ele ficou com uma cara de pedra.”

Frentzen achou que havia sido engraçado, mas seu empresário rapidamente o repreendeu. O próprio alemão percebeu a reação negativa de Dennis e afirmou: “Ele nunca mais falou comigo. Ficou tão chateado com a piada que nunca tive realmente uma chance na McLaren, porque Ron Dennis, por algum motivo, não gostava do meu senso de humor.”

Apesar do episódio com a McLaren, Frentzen ainda teve grandes chances na F1. Em 1994, após a morte de Ayrton Senna, Sir Frank Williams o procurou para substituir o lendário brasileiro. No entanto, a lealdade à Sauber, time que o lançou na categoria, falou mais alto.

“Devo contar essa história porque foi bem especial para a minha carreira. O que aconteceu em Ímola depois da morte de Ayrton Senna, recebi uma ligação de Frank me pedindo para ir para a Williams ainda em 1994”, relembrou Frentzen. “Foi logo antes do fim de semana de corrida em Mônaco, na quinta-feira, quando tínhamos treinos livres. Eu encontrei Frank e ele me perguntou se eu me juntaria à Williams para o resto de 1994”, afirmou.

Frentzen recusou, preferindo honrar seu contrato e fidelidade à Sauber. O piloto acredita que esse gesto foi reconhecido por Peter Sauber, seu então chefe de equipe, que o presenteou com o carro de F1 utilizado naquela temporada.

“Alguém contou a ele mais tarde, porque depois da temporada de 1994, quando ficou claro que a Mercedes estava indo para a McLaren, Peter me deu como presente, meu primeiro carro de Fórmula 1 como um agradecimento”, disse ele. “Minha missão estava clara. Eu estava ficando com a Sauber, não importa o que, mesmo sem a Mercedes, eu estava com eles”, encerrou.

Depois disso a carreira de Frentzen na F1 foi repleta de altos e baixos, mas ficou marcada por seu talento, determinação, e também, por decisões que o levaram por caminhos inesperados. O episódio com Ron Dennis e a lealdade à Sauber demonstram, de forma bem humorada e humana, a complexidade e as escolhas que moldam a trajetória de um piloto na elite do automobilismo.



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