F1: FIA preocupada com possível desistência da Audi devido aos motores V10

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) expressou preocupação de que a Audi possa desistir de sua entrada na Fórmula 1, que está programada para 2026, quando assume integralmente a Sauber, caso os motores V10 sejam reintroduzidos na categoria como vem sendo cogitado recentemente.

Essa especulação sobre o possível precoce abandono das novas unidades de potência que passarão a ser utilizadas no próximo ano, que incluem sistemas elétricos aprimorados e a remoção do MGU-K, tem crescido nas últimas semanas. A nova regulamentação de motores que vai entrar em vigor em 2026, está garantida até o final da temporada de 2028.

A discussão sobre o retorno dos motores V10, juntamente com a introdução de combustíveis totalmente sustentáveis, está em andamento. A F1 utilizou esses motores pela última vez em 2005, antes da transição para os V8.

No entanto, as regras das unidades de potência de 2026 foram projetadas justamente para atrair novas montadoras para a F1. A Audi foi a primeira a se comprometer, entrando na categoria pela primeira vez no início da próxima temporada. A Honda também foi atraída de volta como fornecedora de fábrica, em parceria com a Aston Martin. General Motors com sua marca Cadillac e a Ford também estão envolvidas na F1, com a última sendo parceira técnica da divisão Red Bull Powertrains da Red Bull.

Ao falar sobre a possibilidade de abandonar as regras de 2026 em favor do retorno dos V10, o diretor técnico de monopostos da FIA, Nikolas Tombazis, expressou preocupação com a possível saída da Audi.

“Não quero pré-julgar isso, porque ainda estamos em discussões”, disse Tombazis à imprensa, quando questionado se a F1 poderia retornar a motores V10. “Ainda estaremos em conversas com os fabricantes de unidades de potência nas próximas semanas e, portanto, não gostaria de adiantar nada. Não devemos tirar conclusões precipitadas sobre isso. Estamos muito orgulhosos de ter trazido a Audi para a categoria e respeitamos totalmente isso, e não queremos que eles revertam essa decisão. Também estamos muito orgulhosos de ter feito a Honda reconsiderar a saída da F1 e voltar, então tudo o que fazemos é um equilíbrio complexo entre esses fatores. A questão é que não há um único ponto que responda a todas as perguntas da mesma forma entre ser justo, proteger o esporte, cortar custos, proteger os fabricantes de unidades de potência e proteger o investimento deles. Não há um lugar que seja perfeito para tudo, então estamos tentando encontrar esse ponto ideal.”

As regras de 2026 aumentarão a produção dos sistemas elétricos das unidades de potência de 120kw para 350kw, um aumento de quase 300%, com a potência sendo retirada do motor de combustão interna. A energia capturada durante a frenagem também deverá dobrar, chegando a 8,5MJ por volta, com os pilotos também equipados com um botão de ultrapassagem para um aumento de potência, semelhante ao KERS utilizado entre 2009 e 2013.

Tombazis continuou: “As coisas mudaram, acho que um fator significativo é a percepção, mesmo entre as montadoras, sobre a velocidade em que a eletrificação acontecerá. Este é um fator significativo, não podemos negar, e em 2020-2021, quando essas discussões foram realizadas, a tendência era bastante clara, decisivamente na direção da eletrificação. Não estou dizendo que isso não está acontecendo, mas certamente as opiniões dos participantes mudaram e, mesmo que a Fórmula 1 esteja com boa saúde financeira, tornou-se importante protegê-la contra as flutuações da economia mundial. Precisamos tomar essas medidas de proteção enquanto o sol está brilhando e não quando começar a chover, e a busca por cortar custos é importante. Mas não sonharíamos em fazer isso unilateralmente sem tentar respeitar todos os participantes”, completou o diretor da FIA.

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