Robert Reid, ex-vice-presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), falou mais sobre sua saída da entidade. O escocês disse estar frustrado com a posição de alguns colegas após sua saída. Segundo ele, os funcionários precisam ficar calados por medo de retaliação, demonstrando o clima de instabilidade dentro da federação.
“É interessante, mas não totalmente surpreendente, que muitas mensagens de apoio vieram com a ressalva de não estarem dispostas a dizer nada publicamente por medo de retaliação, o que destaca alguns dos problemas que enfrentamos”, escreveu ele em seu Substack sobre as mensagens privadas que recebeu. “Eu nunca pediria a ninguém que se colocasse em uma posição que considerasse desconfortável, seja através de uma carta de apoio ou de um post público de endosso, pois não acho que seria justo fazer isso. De outras partes, o silêncio tem sido ensurdecedor.”
Reid também esclareceu que não foi atendido em relação a suas preocupações. “Eventualmente, não tive escolha a não ser buscar aconselhamento e apoio jurídico externo. Só então recebi uma resposta, mas, infelizmente, ela não teve a clareza e o rigor que eu esperava. Foi-me dito, em termos gerais, que o processo de governança era sólido e que não havia risco legal. Mas nenhuma evidência ou explicação foi fornecida para sustentar essas garantias. Como alguém responsável perante os membros e exposto a responsabilidade pessoal, isso simplesmente não era aceitável”, explicou.
O ex-vice-presidente também abordou a sua recusa em assinar acordos de confidencialidade na reunião do Conselho Mundial de Automobilismo da FIA. “Eu não me recusei a assinar a emenda do NDA. Apenas solicitei uma breve extensão de prazo para buscar orientação jurídica sobre um documento complexo regido pela lei suíça, que foi apresentado com um prazo relativamente curto. Esse pedido foi negado. Como resultado, fui excluído da reunião do Conselho Mundial de Automobilismo, na minha opinião, de forma injusta e ilegal”, disse ele.
“Ficou claro que levantar preocupações legítimas nem sempre era bem-visto, e vivi em primeira mão como desafiar o status quo pode levar à exclusão em vez de diálogo. Não me arrependo de ter me manifestado. Mas acredito que fui tratado injustamente por fazer isso.”
“Liderança importa. Governança importa. E a confiança, uma vez perdida, é difícil de reconstruir. Se o automobilismo quiser manter sua credibilidade e prosperar no futuro, ele deve ser governado não pelo controle, mas pela colaboração. Não pelo silêncio, mas pela responsabilidade”, finalizou o escocês.