A curta passagem de Liam Lawson pela equipe principal da Red Bull na temporada 2025 da Fórmula 1 continua gerando análises e críticas nos bastidores da categoria. Desta vez, quem se pronunciou foi Bernie Collins, ex-engenheira de estratégia da Aston Martin e atual comentarista da F1 na Sky Sports. Para ela, a demissão precoce do neozelandês pode estar diretamente relacionada à ausência de um programa de testes mais robusto antes de sua estreia oficial como titular.
Lawson disputou apenas duas etapas pela Red Bull neste ano, após ter sido promovido para substituir Sergio Pérez, que deixou a equipe ao fim de 2024. Antes disso, ele havia participado de 11 GPs pela equipe de Faenza, a Racing Bulls. Sua promoção foi vista como um voto de confiança no potencial do piloto, mas o rendimento abaixo do esperado nas corridas da Austrália e da China resultou em sua substituição por Yuki Tsunoda antes mesmo do GP do Japão.
Durante uma transmissão da Sky Sports, Collins fez duras observações à forma como a Red Bull geriu a preparação de Lawson. “A gente já falou sobre como o carro da Red Bull é difícil de pilotar. Ele tem características muito específicas e não é igual ao carro da Racing Bulls”, comentou.
Collins questionou por que a Red Bull não implementou um programa de testes com carros antigos para Lawson, nos moldes do que a Mercedes fez com Andrea Kimi Antonelli. “Gostaria de saber por que a Red Bull não fez algo semelhante ao que a Mercedes fez com o Kimi Antonelli. Por que Lawson não teve 60 dias de testes no ano passado com um Red Bull de quatro anos atrás? Esse carro teria características semelhantes, e não há limite de custo para esse tipo de teste. Ele poderia ter começado o ano muito mais preparado”, explicou.

Antonelli, atual piloto da Mercedes e considerado uma das grandes promessas do grid, teve um programa de preparação que incluiu mais de 9.000 km percorridos com carros antigos da equipe alemã, além da participação em testes de jovens pilotos.
Lawson, por outro lado, estreou pela Red Bull em condições difíceis. No GP da Austrália, abandonou a corrida após uma rodada sob chuva que o levou direto ao muro, depois de sair em último no Q1. Na etapa seguinte, em Xangai, não conseguiu mostrar evolução: foi o último colocado nos dois treinos classificatórios da rodada e terminou a corrida principal apenas na 12ª posição, quase um minuto atrás do companheiro de equipe Max Verstappen.
Para Collins, a diferença entre os contextos de Antonelli e Lawson foi crucial. “Falamos bastante sobre os testes do Kimi na Mercedes. Se ele tivesse feito esses testes em um carro da Williams, com o mesmo motor Mercedes, o aprendizado não teria sido o mesmo. É o carro que faz a diferença.”
A substituição por Tsunoda foi anunciada antes do GP do Japão, justamente a próxima etapa do calendário, marcada para a próxima semana. A expectativa é que o japonês, em boa fase e com mais experiência recente com o carro da Racing Bulls, possa apresentar um desempenho mais consistente ao lado de Verstappen.