F1: Entenda os argumentos da Red Bull contra Russell e a decisão da FIA

A polêmica envolvendo George Russell e Max Verstappen durante o safety car no GP do Canadá de Fórmula 1 ganhou novos detalhes neste domingo com a divulgação da análise completa do protesto apresentado pela Red Bull. A equipe austríaca acusou o piloto da Mercedes de conduta antidesportiva nas voltas finais da corrida em Montreal, após uma frenagem que resultou em uma ultrapassagem momentânea de Verstappen sob bandeira amarela.

Segundo o documento da FIA, a Red Bull alegou que Russell freou de forma desnecessária na reta entre as curvas 12 e 13, o que levou Verstappen a ultrapassá-lo temporariamente. O time austríaco afirmou ainda que o britânico teria agido de maneira intencional ao relatar o episódio pelo rádio, sugerindo que o objetivo era provocar uma punição ao adversário da Red Bull, que está a um ponto de uma suspensão por acúmulo de penalidades.

“George de repente freou agressivamente”, reclamou Verstappen via rádio, enquanto seu engenheiro Gianpiero Lambiase respondeu: “Entendido, vamos verificar se houve direção errática”. Pouco depois, o próprio Russell relatou à Mercedes que Verstappen o havia ultrapassado sob o safety car. A equipe de Milton Keynes entendeu que o movimento e a comunicação do piloto da Mercedes tinham como intenção forçar uma punição a Verstappen.

A Red Bull apresentou como evidência a telemetria dos dois carros, apontando os momentos exatos de aplicação de freio e acelerador. O time ainda sugeriu que o fato de Russell ter olhado no retrovisor antes da frenagem indicaria que ele sabia da presença imediata de Verstappen, tentando induzir o erro. Também argumentou que, com a corrida praticamente garantida sob bandeira amarela até o fim, não havia necessidade de aquecer pneus e freios.

George Russell (GBR) Mercedes AMG F1 W16 leads at the start of the race.
Foto: XPB Images

Em sua defesa, a Mercedes explicou que frenagens periódicas são comuns durante períodos de safety car, justamente para manter os pneus e os freios em temperatura ideal. Russell afirmou que precisou reduzir a velocidade por estar se aproximando rapidamente do carro de segurança e que chegou a fazer gestos ao motorista do safety car pedindo mais ritmo. O britânico também declarou que só freou depois de verificar que Verstappen estava ao lado, e que a pressão de frenagem foi de apenas 30 psi, considerada leve.

A equipe alemã também apresentou dados comparativos de voltas anteriores, nos quais Verstappen teria realizado frenagens semelhantes na mesma parte do circuito, reforçando a tese de que o comportamento de Russell não foi atípico. A Mercedes destacou ainda que não reportou o incidente à direção de prova, pois Verstappen devolveu a posição de imediato, e que o comentário via rádio do piloto foi meramente factual.

A FIA, representada pelo diretor esportivo Tim Malyon, afirmou que o episódio foi observado em tempo real pela direção de prova, que considerou a situação como típica de safety car e, portanto, não levou o caso inicialmente aos comissários. Malyon explicou que a regra de distância de 10 carros em relação ao safety car admite uma margem de tolerância, e que frenagens e acelerações moderadas são esperadas.

Os comissários concluíram que a explicação de Russell era plausível e que não houve direção errática nem má intenção. “Estamos satisfeitos de que o piloto do carro 63 não agiu de maneira antidesportiva. O relato via rádio não constitui má conduta por si só, tampouco há evidências de que sua frenagem tenha sido fora do padrão aceitável em situações de safety car”, escreveram os responsáveis pelo julgamento.

A publicação do veredito detalhado aprofunda a repercussão de um dos momentos mais controversos do GP do Canadá, levantando debates sobre jogos mentais, interpretações das regras sob o safety car e os limites do chamado “jogo limpo” na Fórmula 1. A rivalidade entre Red Bull e Mercedes, que vinha mais discreta em 2025, volta a ganhar intensidade justamente às vésperas do GP da Áustria.

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