F1: Diretriz da FIA sobre asas flexíveis decepcionou parte das equipes

A nova diretriz técnica da FIA sobre o uso de asas dianteiras flexíveis causou muita expectativa antes do GP da Espanha de Fórmula 1, mas depois da etapa em Barcelona, o consenso entre as principais equipes foi de frustração com seus efeitos limitados. Para Toto Wolff, chefe da Mercedes, a alteração ficou longe de ser a solução desejada: “Às vezes tentamos acreditar que existe uma ‘bala de prata’ na Fórmula 1 que vai resolver tudo. Mas não é o caso”, disse ele.

Essa norma visa restringir a flexibilidade das asas dianteiras sob carga, algo que vinha sendo apontado como possível diferencial técnico para equipes como a McLaren. Porém, após a sessão de classificação em Barcelona, que terminou com a McLaren ocupando a primeira fila, ficou evidente que o impacto da mudança foi mínimo. A equipe britânica ainda conquistou uma dobradinha na corrida, reforçando a ideia de que o cenário técnico pouco se alterou.

Frederic Vasseur, chefe da Ferrari, admitiu que a equipe italiana apostava em possíveis mudanças no equilíbrio das forças. “Estamos trabalhando nisso há muito tempo e isso poderia ser um divisor de águas para todos, porque não sabemos o impacto da nova regra em cada equipe”, afirmou. No entanto, com Charles Leclerc em terceiro e Lewis Hamilton em sexto, a Ferrari reconheceu que será necessário buscar mais respostas em Maranello.

“Não acho que se possa usar Mônaco como referência”, continuou Vasseur. “Mas se olharmos a corrida na volta 40, estávamos cinco segundos atrás de Norris. Esse ritmo foi muito melhor do que em Miami, por exemplo, quando fomos ultrapassados. Não quero atribuir isso apenas à asa dianteira. A imagem de cada corrida é diferente”, acrescentou.

Andrea Stella, chefe da McLaren, também minimizou os efeitos da nova diretriz. Segundo ele, os testes da equipe já indicavam uma mudança quase imperceptível. “Achávamos que o impacto seria relativamente pequeno porque, quando analisamos os números dessa mudança, os valores eram baixos. Testamos essa asa em Ímola e, se não tivéssemos dito ao Lando (Norris) que era uma peça diferente, ele não teria notado. Nas simulações, a diferença era praticamente zero”, encerrou.

Dessa forma, a expectativa em torno da nova diretriz se mostrou, para muitos, um falso alarme. Embora o regulamento siga em vigor, o GP da Espanha confirmou que a competitividade entre as equipes da F1 ainda depende de fatores mais complexos, e menos milagrosos, do que uma simples alteração técnica.

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