A expectativa em torno da nova diretiva técnica da Fórmula 1 antes do GP da Espanha era enorme. Equipes, alguns comentaristas e torcedores a trataram como um verdadeiro ‘divisor de águas’ na temporada. No entanto, como tantas vezes já aconteceu, a mudança na regra acabou tendo impacto mínimo, para frustração de muitos.
Para os rivais da McLaren as esperanças eram especialmente altas. Havia um sentimento generalizado de que a equipe britânica seria a principal afetada pela nova interpretação sobre a flexibilidade da asa dianteira. No entanto, internamente, McLaren demonstrava total tranquilidade. Oscar Piastri e Lando Norris chegaram a rir quando questionados sobre a diretiva, sinalizando que o efeito seria praticamente nulo.
E foi exatamente isso que se confirmou. A McLaren já havia testado a nova asa dianteira em Ímola, semanas antes, e sequer precisou levar uma nova versão para Barcelona. Na pista, a resposta foi avassaladora: pole position com a maior margem da temporada até agora e uma dobradinha incontestável na corrida.
Com esse tipo de cenário, no qual uma nova regra gera muita conversa mas poucos efeitos práticos, não é novidade na F1. “A esperança é eterna”, como já diz o ditado, e parece se aplicar bem às expectativas em torno de diretivas técnicas. Todas as asas e muitos outros componentes dos carros são, por natureza, flexíveis. O segredo está em como cada equipe interpreta e aplica o regulamento.
No momento, está claro que a McLaren tem feito isso melhor do que seus concorrentes. Isso significa que vencerão todas as provas restantes de 2025? Provavelmente não. Mas depois da decepção que atingiu concorrentes como Red Bull Racing, Ferrari e Mercedes na Espanha, as chances da equipe britânica conquistar os títulos de pilotos e construtores aumentaram consideravelmente.
Diante desse cenário, algumas equipes já consideram mudar o foco para 2026. O próprio Helmut Marko, consultor da Red Bull, reconheceu que isso acontecerá se o título de Max Verstappen deixar de ser viável este ano, e esse momento pode não estar tão distante assim.