Enquanto canadense se recupera, Felipe Drugovich está preparado para assumir cockpit da Aston Martin
A ausência de Lance Stroll no GP da Espanha, realizado no último domingo (1) em Barcelona, gerou um turbilhão de especulações nos bastidores da Fórmula 1. Oficialmente, a Aston Martin informou que o canadense enfrenta dores na mão e no punho — sequelas de uma cirurgia realizada em 2023, após um acidente de bicicleta. No entanto, a forma como o caso foi conduzido, aliada à quebra de protocolo após o Q2, alimentou rumores que a equipe tentou conter com declarações firmes.
Logo após ser eliminado na segunda fase da classificação (Q2), Stroll permaneceu cerca de cinco minutos na garagem antes de deixar o local pelos fundos, sem se dirigir à balança oficial — como determina o regulamento. A FIA emitiu uma advertência à equipe, que apresentou justificativa médica alegando necessidade de atendimento imediato. Ainda assim, versões paralelas surgiram no paddock, sugerindo um possível descontrole emocional do piloto e uma possível piora da lesão.
Mike Krack, chefe de equipe da Aston Martin, foi categórico ao negar qualquer incidente. “Isso é apenas fofoca de paddock. Eu estava no pitwall e não ouvi nada parecido”, afirmou. Apesar de a equipe reconhecer que Stroll estava “chateado”, garantiu que a dor que motivou a retirada do canadense não teve relação com o momento na garagem.
Nova cirurgia e foco na recuperação
Na terça-feira posterior ao GP da Espanha, a Aston Martin confirmou que Stroll passou por um novo procedimento cirúrgico, conduzido pelo Dr. Xavier Mir — o mesmo especialista que o operou em 2023. A equipe adota agora uma postura mais cautelosa, evitando repetir a pressa que marcou seu retorno há pouco mais de um ano. “É um pouco difícil prever qualquer coisa. Teremos que ver o que os próximos dias trarão”, disse Krack.
O plano da equipe britânica é contar com Stroll no GP do Canadá, marcado para daqui a duas semanas em Montreal — justamente sua corrida de casa. Mas, com os dias passando e o prazo apertado, cresce a possibilidade de que o canadense não esteja em condições físicas ideais para alinhar no grid.
Felipe Drugovich entra em cena como principal nome para substituição
Diante da incerteza, Felipe Drugovich desponta como a principal opção para assumir o carro da Aston Martin no Canadá, caso Stroll seja vetado pelos médicos. O brasileiro já substituiu o próprio Stroll nos testes de pré-temporada em 2023 e pilotou o carro de 2025 no TL1 do GP do Bahrein. Além disso, é presença constante nos finais de semana de corrida e acumula quilometragem importante no simulador da equipe de Silverstone.
A favor de Drugovich pesa ainda o fato de estar em plena forma física. Mesmo assim, há um obstáculo importante: tanto ele quanto Stoffel Vandoorne, segundo reserva oficial da equipe, estão escalados para disputar as 24 Horas de Le Mans no mesmo fim de semana do GP do Canadá, na classe principal.
Krack, porém, foi claro: a Aston Martin tem prioridade contratual sobre ambos e poderá convocar qualquer um dos dois para Montreal. A decisão precisa ser tomada com urgência, já que o teste oficial de Le Mans acontece neste fim de semana. Caso seja confirmado, Drugovich terá sua aguardada estreia em um GP de Fórmula 1, em um dos palcos mais tradicionais do calendário.
Momento delicado para Stroll e a Aston Martin
O episódio revela mais do que uma lesão física: escancara o momento de fragilidade dentro da estrutura esportiva da Aston Martin.
Lance Stroll vive uma temporada apagada, sendo constantemente superado por Fernando Alonso. Em meio a críticas sobre sua performance, volta a pesar o fato de ser filho do proprietário da equipe, Lawrence Stroll — o que sempre coloca seu lugar em pauta quando o desempenho não acompanha as expectativas.
O GP do Canadá pode marcar o retorno do piloto ao cockpit ou abrir uma nova porta para Drugovich na principal categoria do automobilismo mundial. Uma corrida, dois caminhos e um cenário que o F1Mania.net seguirá acompanhando de perto.
GP do Canadá