A Fórmula 1 foi surpreendida nesta sexta-feira (3), durante a Qualificação Sprint do GP de Miami, com uma volta espetacular de Andrea Kimi Antonelli. O jovem piloto da Mercedes conquistou a pole position da Sprint e se tornou o mais jovem da história da categoria a liderar um grid oficial, superando o domínio que a McLaren vinha impondo desde o início da temporada.
Apesar do pouco tempo de pista — já que o formato de fim de semana com Sprint conta apenas com um TL —, os dados de simulação de ritmo começam a revelar uma ordem de forças para o restante das atividades em Miami. E Antonelli, que substitui Lewis Hamilton na Mercedes, mostrou desde o início do dia que tinha ritmo para incomodar. A equipe alemã se beneficiou de uma vantagem de cerca de 0,1s em velocidade de reta, o que pode ser decisivo para manter os rivais para trás caso o italiano consiga segurar a liderança após a largada da Sprint.
Mesmo reconhecendo que a McLaren tem desempenho superior nas curvas, os dados indicam que, em ritmo de corrida, os carros de Antonelli e George Russell estão praticamente empatados com Lando Norris e Oscar Piastri. Se o jovem italiano conseguir repetir a estratégia de Hamilton na China — quando largou na frente e venceu a Sprint pela Ferrari —, pode ter uma chance real de vitória neste sábado.
A McLaren, por sua vez, segue como a referência na temporada, com quatro vitórias em cinco GPs. Piastri liderou o único TL do fim de semana, mas perdeu a pole por um erro na última curva da volta rápida. Ele ainda garantiu a segunda posição no grid da Sprint, com Norris logo atrás em terceiro — o britânico fez uma de suas classificações mais sólidas do ano.
Os carros da McLaren se destacam nas curvas, mas perdem nas retas em comparação à Mercedes. Mesmo assim, um bom início de corrida pode colocar qualquer um dos dois pilotos na liderança, posição em que o ritmo consistente da equipe pode se transformar em vantagem.
Na Red Bull, Max Verstappen foi competitivo mesmo diante das dificuldades. O holandês, que chegou ao paddock na sexta-feira após faltar às obrigações de imprensa para estar com sua filha recém-nascida, testou o novo assoalho da equipe, mas enfrentou problemas de aderência nas curvas de baixa velocidade. Mesmo assim, garantiu o quarto lugar, superando as expectativas com uma volta sólida usando pneus macios já desgastados.
Seu companheiro de equipe, Yuki Tsunoda, não teve a mesma sorte. O japonês foi atrapalhado por um carro saindo dos boxes em sua primeira tentativa de volta rápida e, por conta de uma falha de comunicação, não conseguiu iniciar uma segunda tentativa dentro do tempo permitido, sendo eliminado ainda na primeira parte da Qualificação Sprint.
Apesar disso, os dados de ritmo de corrida são animadores para a Red Bull. Tanto Verstappen quanto Tsunoda estão apenas 0,1s atrás de McLaren e Mercedes, o que pode não ser suficiente para brigar por posições na Sprint, mas abre boas perspectivas para o domingo, caso consigam uma boa posição de largada na classificação principal.
Na Ferrari, o clima era de resignação. Charles Leclerc admitiu que “essa parece ser nossa realidade no momento”, após marcar apenas o sexto tempo, a 0,3s da pole. Lewis Hamilton, embora também insatisfeito, foi mais positivo, destacando que sentiu o carro “mais conectado” no SQ1 e enxergando sinais encorajadores.
A Ferrari teve o segundo melhor desempenho nas curvas de média velocidade, mas perde cerca de 0,2s nas curvas lentas e nas retas, o que a posiciona como a quarta força do grid, um pouco à frente da Williams. A equipe britânica, aliás, continua em boa fase desde o GP da Arábia Saudita e aparece como “melhor do resto” neste fim de semana.
Embora a Sprint vá oferecer pontos importantes, muitas equipes devem usá-la também como uma oportunidade estratégica: entender melhor o ritmo de corrida e ajustar os carros para a classificação oficial e para o Grande Prêmio no domingo.
O F1MANIA.NET acompanha o GP de Miami ‘in loco’ com Victor Berto.